
Do Geopol.pt.
O maior jornal israelense, o Haaretz, confirmou no sábado aquilo que já aqui foi dito quando se deu a conhecer o trabalho investigativo da GrayZone sobre o atentado de 7 de outubro.
Agora uma investigação da polícia israelense vem acrescentar que pelo menos parte uma boa parte das vítimas que fugiam do festival de música eletrônica “Nova” foram mortas pelos disparos feitos por pelo menos um helicóptero Apache israelense. Já a investigação da GrayZone, fala de vários helicópteros que usaram os potentes mísseis Hellfire e ainda do uso de tanques durante aquelas horas.
As imagens mais sensíveis de corpos carbonizados difundidas após o ataque do Hamas e atribuídas de imediato ao grupo palestino e republicadas por todo o mundo, que serviram de choque para lançar a campanha de Gaza, foram efetivamente causadas pelo próprio fogo israelense. Já anteriormente vários peritos militares tinham dito que o Hamas não dispunha do poder de fogo para deixar as dezenas de viaturas no estado em que ficaram.
Recorde-se ainda que a investigação conduzida por Max Blumenthal, diretor da GrayZone, contou com a contribuição de testemunhas que, na altura, relataram o disparo indiscriminado dos Hellfire sobre qualquer veículo que tentava escapar da zona, e ainda sobre vários edifícios no Kibutz Re’im. Isto porque a ordem era de acabar com todos os terroristas, não importando se atingisse civis, vítimas do ataque do Hamas.
É importante referir que aquela área é tradicionalmente habitada por comunidades coletivistas, que desde as suas origens até hoje, são de tendência socialista, a base social de apoio da oposição ao atual governo.
Também se sabe agora, pela própria inteligência israelense, que o Hamas provavelmente nem sequer sabia da existência do festival de música e que seguramente não planejou atacar aquele evento que resultou em 364 mortes, segundo a polícia.
O ataque à festa, que se realizava próximo ao kibutz, teria sido espontâneo, refere o Haaretz, baseado em fontes de inteligência, até porque o evento estava originalmente planejado somente para quinta e sexta-feira, tendo sido acrescentado um dia extra no sábado apenas na terça-feira da mesma semana, a pedido dos organizadores.
A avaliação baseia-se nos interrogatórios dos terroristas e na investigação da polícia sobre o incidente, entre outras coisas, que revelam que os terroristas tencionavam infiltrar-se em Re’im e noutros kibbutz perto da fronteira de Gaza.
