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Por Rafael Candido
Artigo Original foi publicado no site Agência Mbrasil no período que em que o Brasil sofria o baque de 75 mil mortes. Essa é uma atualização de números e incluímos aqui o ponto que o PCdoB por sobrevivência política flerta com o PDT e bate no Márcio França, candidato da Chapa PSB/PDT, com objetivo de fazer eleger maior número de vereadores possível na São Paulo capital.
Começaremos ponderando que esse título, a cada dia que passa torna-se Anacrônico, o número de mortes só aumenta devido às escolhas feitas no ano de 2018. Pouca gente se deu conta do fato que a Gleisi Hoffmann não só enterrou a idéia de União das Esquerdas como também decidiu os rumos do País apenas com uma frase. Tal união se tornou uma Piada de mau gosto, volta e meia usada por um incauto que acaba gerando mal estar entre as partes.
Os atores políticos (ou anões políticos) resolveram escolher o projeto de poder, e dessa forma definiram o destino da Nação. O Brasil já estava dividido e a partir daquele momento, rachou de vez. E o fez de um jeito que não há como remendar – ao menos agora – porque cada lado projeta tirar proveito dessa ruptura.
Se você achou que isso aqui seria um texto em defesa ao Ciro, achou Errado, Otário !!
O Velho professor de Direito vaticinou que o partido dos trabalhadores não era de confiança desde 2017, mas contou com apoio de tal organização na hora H. Os mais atentos percebem que Ciro bateu muito no Centrão (que virou vidraça) porque os políticos de centro estavam no poder; e calhou que o PT não aceitou os seus termos, restando ao PDT fazer coligação com o Avante – partido que aumentou sua bancada após a eleições e projetou o Janones como uma liderança regional.
Para melhor compreensão, temos que mostrar alguns pontos cegos da estratégia do ex-governador do Ceará que influenciaram nas eleições passadas. De fato, Ciro se gaba de ter feito o circuito universitário por dois anos, apresentando o seu projeto para os jovens que estavam desesperançados com os rumos da política. A ideia não é de todo o ruim – o problema é que ele investiu seus esforços apenas nisso, e não levou a sério o conselho que costuma ser dado aos marinheiros de primeira viagem no mercado financeiro:
Nunca coloque todos os ovos na mesma cesta.
Os militantes que fizeram campanha para o candidato do PDT encontraram a seguinte situação nas Universidades: DCEs de vários cursos panfletando para Fernando Haddad, uma vez que essas agremiações de estudantes não deixaram de ser satélites do PT e PCdoB. Um dos argumentos utilizados pelos acadêmicos foi o de que o PT era o único que teria viabilidade para derrotar Jair Bolsonaro, pois tinha “máquina”, militância e tempo de televisão. Lembrando que é proibido panfletar dentro dessas instituições de ensino, mas nada impede que um militante troque meio dedo de prosa e convença os indecisos a votar no seu candidato com zero carisma.
Ao final das contas, todos estavam errados. O candidato que era subestimado e alvo de piadas teve a ousadia de fazer algo que ninguém mais fez: visitou igrejas, quartéis, empresas, associação de moradores, lojas maçônicas, fundações israelitas, associação de lojistas, cooperativas e agricultores. Não deixou de ir às tradicionais festas de rodeio, e fez palestras para seus fiéis seguidores, que sempre estiveram a postos para recepcioná-lo nos aeroportos. É isso mesmo que você tá lendo – estamos falando do Jair Messias Bolsonaro. A partir de 2014, Bolsonaro entrou para vencer. Tivesse se candidatado a senador, seria senador pelo Rio de Janeiro com votação recorde; mas seus familiares acertaram ao convencê-lo a se candidatar ao cargo de presidente. Com uma estratégia relativamente simples, nadou de braçada entre diversos setores, e ainda hoje a oposição resiste a enxergar o caminhão que a atropelou.
Agora, voltemos ao candidato que foi xingado de Coroné nas mesmas faculdades em que palestrara anos antes. Relatos de pessoas próximas dão a entender que Ciro contava com o apoio do PT, pois optara por queimar as pontes com o Centrão – ficando carente de partidos para firmar coligação -, e chegara a defender políticas dos governos petistas (e alguns quadros do partido), e tentara se vender como alinhado à esquerda atrelada ao lulismo. No fim, acabou sendo sabotado por esse mesmo partido que se prontificou a defender inúmeras vezes.
Enquanto Ciro Gomes esteve no meio do furacão, preocupou-se muito com seu projeto nacional de desenvolvimento, mas parece não ter definido uma estratégia de campanha sem o apoio do PT. Talvez não tenha imaginado que o PSB impediria Marcio Lacerda de ser candidato ao governo de Minas Gerais (deixando espaço para Romeu Zema ser o candidato anti-PT e anti-PSDB), e que Marilia Arraes seria rifada pelo PT para que fosse feita chapa com o candidato do PSB ao governo de Pernambuco. Não imaginava que o PT iria dançar diante do abismo, não apenas fazendo um investimento de risco como dobrando a aposta quando Lula entrou em contato (via intermediários) com Valdemar da Costa Neto para desarticular as negociações entre PR e PDT, que resultariam em Ciro como candidato à presidência e Josué Gomes como seu vice.
Chegamos a conclusão de que Ciro e sua assessoria não souberam lidar com processo de canibalismo político ocorrido em 2018. Agora em 2020, percebe-se que ele ajustou as velas. Vendo pelo lado positivo, Ciro e sua equipe estão adotando outra estratégia – se ela é boa ou ruim, só tempo irá dizer. E devem ser testados a todo momento, pois o PSB negocia com Flávio Dino para que entre para a legenda e, quem sabe, seja seu candidato. Será que Ciro e sua equipe saberão lidar com uma chapa PSB-PT liderada por Dino ? Alguns lerão o que acabou de ser dito e dirão ser um quadro impossível. Afinal, quem iria se coligar com o PT enquanto o Antipetismo está firme e forte ? Bem, quase todo mundo acreditou na tal União das Esquerdas que nunca aconteceu, e nada impede que se faça o mesmo mais uma vez.
Não podemos dizer que o “candidato a presidente que foi prejudicado” – ao ponto de Álvaro Dias (candidato pelo Podemos) dizer no debate a sabotagem que tava sendo feita no meio da campanha, agora tem como reagir frente aos ataques e sabotagens que serão feitas nas próximas eleições. Acabamos de constatar que Ciro e sua assessoria não tinham cartas na manga, não tinha estrutura pra fazer frente a esses grupos. Ainda mais relevante, falharam ao subestimar o Partido dos Trabalhadores, acreditando que diante da escolha do Rei Salomão (em que uma mãe teve que escolher entre entregar seu filho para outra mulher ou cortá-lo ao meio), tal organização escolheria entregar o filho inteiro aos cuidados de outra. Diante do dilema, Gleisi Hoffmann preferiu dizer “Nem com Reza Brava” e a criança foi cortada ao meio.
Vamos ficar repetindo “União das Esquerdas” por dois anos até chegar Exaustão
Vamos ficar repetindo “União das Esquerdas” à exaustão por dois anos, para na hora h sermos contrários a tal aliança, e ainda sabotarmos todos os adversários políticos que ameaçarem o projeto de poder petista. Definitivamente, essa foi a maior fraquejada da esquerda – e o mais inusitado é que ainda tem gente defendendo tal união em 2020 contra o governo Bolsonaro. Os incautos que insistem em repetir o mantra ainda se encontram na segunda metade do ano de 2018, ou seja, colocam-se antes dos fatos citados no bloco anterior desse artigo, ignorando-os por completo. O anacronismo canhestro ficou latente em 2018, quando boa parte de seus militantes ainda estava com a mente de 2014, acreditando que o resultado das eleições seria o mesmo daquele ano; e outra parte se encontrava em 2016 recitando o mantra “não vai ter golpe”.
Mudaram as estações, nada mudou. Bolsonaro foi eleito e vimos que a Gleisi e seu partido adotaram o seguinte – Fora Bolsonaro !! No mesmo momento, curiosamente nos deparamos com a seguinte situação: vários partidos deram entrada com pedido de impeachment de Bolsonaro e a senhora Gleisi Hoffman imediatamente se mostrou contrária à moção, subtraindo da conta os mais de cinquenta votos da bancada petista. Quem ainda nutria alguma esperança para essa esquerda partidária, acabou de mandar tudo as favas. Isso explica, em parte, o espírito desmotivado dessa militância do campo que se autoproclama de esquerda.
Trataremos agora tratar daqueles que aderiram à união das esquerdas em 2018.
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) – legenda leal que sempre esteve do lado do Partido dos Trabalhadores, aderiu à narrativa de lutar contra o golpe, em defesa da soltura de Lula e contra a ameaça “Fascista” de Jair Messias Bolsonaro.
Depois de encampar a legenda supostamente comunista – ao menos nas redes sociais – Manuela D’Ávila acabou se tornando candidata a vice de Fernando Haddad, e automaticamente alvo de toda sorte de boatos, vídeos e imagens direcionadas ao seu âmbito pessoal. Depois da campanha, relatou os problemas causados pelo gabinete do ódio, e também colocou na mesa o fato de ter sido deixada de lado pelo PT durante a campanha, por quem foi tratada como vice decorativa. Considera ter sido apenas uma moeda de troca para o acordo firmado entre os partidos.
Passadas as eleições, o PT não se faz presente na posse de Jair Bolsonaro em Brasília, mas Gleisi Hoffmann viaja até a Venezuela para a posse de Nicolás Maduro. Assim, acaba sendo confuso pensar que esse mesmo partido – autor dessa patacoada em 2019 – não reconhece o presidente que venceu as eleições em seu país, e ainda reivindica a cabeceira da oposição ao seu governo. Seria esse o PT de Schroedinger ? Aquele que não aceita o resultado do pleito eleitoral, mas continua reivindicando seu domínio no sistema democrático ? Claro que devemos pontuar que Fernando Haddad deu os devidos parabéns a Jair Bolsonaro pela vitória – o que apenas mostra como esse partido é rachado e povoado por figuras obtusas.
Agora temos um presidente que foi eleito com slogan “melhor Jair se acostumando”, e um dos primeiros movimentos que o PT fez durante esse governo foi articular para colocar o PCdoB na ilegalidade de acordo com as novas regras eleitorais. Sim, o próprio PCdoB (!), partido aliado por todos esses anos – que teve Jandira Feghali lutando contra o golpe nas eleições municipais de 2016, bradando “Lula Livre” e colocando toda sua militância para fazer ativismo em defesa da chapa petista. Ao fim, o PCdoB só não deixou de ser um partido graças a Orlando Silva, que negociou uma fusão com o PPL.
É assim que o Partido dos Trabalhadores trata os aliados de longa data. Sem contar a novela da votação para presidente da Câmara de Deputados – evento em que o PT e sua Blogosfera acusara o PDT e PSB de serem golpistas porque as direções dos partidos teriam orientado seus deputados a votarem em Rodrigo Maia em vez de Marcelo Freixo. No fim das contas, o tal bloco da “esquerda unida” – que tinha 98 deputados – deu 50 votos para Marcelo Freixo, 30 para João Henrique Caladas do PSB, e o restante para Rodrigo Maia. Ao fazermos contas de padaria, considerando que alguns deputados do PDT deram voto a Marcelo Freixo e que outros partidos também o fizeram, chegamos à conclusão de que dentro do próprio PT houve deputados que não votaram em Freixo, traduzindo novamente a completa esquizofrenia do partido.
Fica o vídeo do Orlando Silva, anunciando a fusão do PCdoB e PPL.
São fatos repercutem até hoje, ao ponto de se abrir o Twitter e perceber que Orlando Silva volta e meia solta críticas ao partido dos trabalhadores; enquanto Ricardo Capelli durante live com outros militantes aponta o dedo indicando que o PT faz acusações ao PSB e PDT e se esquece dos próprios esqueletos escondidos no armário – que não são poucos. Para além disso, no início de 2020 tivemos uma articulação para retirar a influência do PCdoB no congresso, episódio em que deputados petistas tentaram puxar o tapete da deputada Jandira Feghali, que ainda se mantém líder da minoria graças aos deputados do PDT. São comportamentos que, além de serem previsíveis, são idiotas e irritantes. É o exemplo do jogador que sempre tenta a mesma jogada, e só consegue executá-la por incompetência dos demais.
É por isso que não vemos lives do PT com Orlando Silva, Jandira Feghali ou mesmo com Manuela D’Ávila (que dera sua face para colorir os banners durante as eleições). E falando em lives, outro que não esteve mais com petistas até o presente momento foi Mano Brown, que chegou a fazer live até mesmo com Dráuzio Varela. Por agora não vamos tratar do rapper, mas esse e esse outro artigo o mencionam, e falam sobre como está sendo deixado de lado pelo petismo.
Há algo de podre no reino da Dinamarca, sempre há.
E não só esses exemplos citados anteriormente ficaram de fora das lives petistas, temos também o inverso. Houve a live com ex-ministros da educação sem a presença de Fernando Haddad – foram convidados Cristovam Buarque, Cid Gomes, Renato Janine Ribeiro e até Ricardo Vélez Rodríguez (exatamente, o ministro da educação de Bolsonaro). Vale observar que Haddad ficou aproximadamente 6 anos à frente da pasta, podendo ser considerado um dos poucos que se manteve por tanto tempo no cargo de alta rotatividade.
https://www.facebook.com/watch/live/?v=584812969074072&ref=external
Agora talvez você consiga compreender o que se passa com o partido que é considerado uma das maiores representações de “esquerda” da América Latina. E talvez também possa constatar que só os petistas ainda repetem o jargão falido “União das Esquerdas”, que se tornou uma piada de mal gosto da mesma forma que o PTinder virou deboche para o povão – num Brasil em que o Desemprego só aumenta, em que o trabalhador não tem como colocar um prato de comida na mesa (não fosse o auxílio emergencial), e em que tudo fica mais caro e não há uma perspectiva otimista no pós-coronavírus.
Poderíamos entrar na discussão a respeito das escolhas feitas pelas campanhas do Haddad, tal como colocar como coordenador de campanha Sergio Gabrielle (que está sendo investigado pela compra de Pasadena) ou anunciar que Marcos Lisboa seria seu Ministro da Economia (um dos autores do Pontes do Futuro de Michel Temer). É isso mesmo que vocês estão lendo Haddad escolheu para tomar conta da pasta da economia, o autor do projeto que o Temer executou quando assumiu ao derrubar a Dilma. Seria isso o Golpe em Movimento ?
Nos resta soltar spoilers do que acontecerá no ano das eleições presidenciais: os petistas irão atacar os candidatos que ameacem o projeto de poder no seu partido em diversas redes sociais de 6 de manhã até meia-noite chamando eles de fascistas, canalhas, bandidos com matérias repulsivas do Brasil 247. Isso que ocorreu com o Ciro no ano de 2018, por que os petistas tiveram a brilhante ideia de apontar todas as armas contra o Ciro e esquecer o Jair Bolsonaro. Temos que aceitar que Jair Bolsonaro é o Presidente do Brasil gozando de 37% de aprovação graças a essa estratégia JENIAL. E tão previsível que nos resta organizar o balcão de apostas para 2022.
Agora estamos com esse governo irresponsável que chegou ao poder graças as escolhas dos atores citados no decorrer do texto. Juntamos esse quebra cabeça a respeito da oposição ao capitão que é positivista e surfa no senso comum e que ainda é rotulado de “fascista” sendo que este não tem atributos para ser um de fato.
Conhecendo as peças e analisando o que eles fizeram antes e depois das eleições de 2018 chegamos a conclusão – Nunca que esse pessoal vai fazer como foi feito na Argentina uma chapa com Alberto Fernández/Cristina Kirchner. Não existe União em torno de um projeto de País, e sim uma briga de Egos que vai ser arrastar durante anos.
Agora temos a Argentina que vai meter de 7 x 1 no final dessa pandemia. Até o final da edição desse artigo, os hermanos estavam na faixa de 9.600 mortes enquanto o Brasil tá chegando aos 126 mil mortos que foram vitimas aí todo esse jogo político onde a Mídia, o Judiciário, as Igrejas, as Empresas, os Partidos e as Forças Armadas são responsáveis por tudo isso que estamos passando. Ao ponto de todos os citados estarem comprometidos com as Nações Estrangeiras, que visam manter o Brasil como uma nação títere.
Não seríamos Honestos Intelectualmente se fizéssemos um artigo atribuindo toda a culpa disso ao presidente eleito, pois houve um grande acordo nacional com supremo e tudo para garantir que o Brasil será uma terra arrasada dividida por grupos para-militares que ficará difícil de dizer que foram traficantes ou milicianos tempos atrás, sem contar as seitas evangélicas que municiarão cada grupo antagônico. Não ficará Pedra sobre Pedra.
Bolsonaro bateu a meta dos 30 mil mortos que havia prometido no inicio dos anos 2000, dobrou a meta e bateu de novo. Chegou no ponto dele ter multiplicado por 4 o valor de mortos da promessa e o contador não para, e não vai parar por que não temos um líder de fato para ir contra essa insanidade. Como apontado no decorrer do texto se surgir de fato uma liderança, essa não irá durar muito tempo pois será canibalizada pelos seus iguais, comportamento típico dos Tubarões. Talvez isso ocorra graças a intoxicação neoliberal que atinge a todos há mais de 30 anos, que coloca individualidade esteja acima de todos valores restantes, só desse jeito para explicar como essas pessoas que detêm o poder escolhem o projeto de poder do partido, pouco se importando se isso irá custar o futuro do País.
Autor do Texto: Rafael Cândido – Mestre em Ciência Contábeis
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