Recentemente a Netflix lançou o documentário “O Dilema das Redes”, um filme sobre os impactos das redes sociais nas nossas vidas e como ela “ameaça” a democracia, sendo muito comentada pela neo-esquerda liberal como um excelente documentário.
Porém…
“O Dilema das Redes” não fala nem uma palavra sobre NSA, guerra híbrida, revolução colorida, etc.
No máximo, como ditadores mundo a fora manipulam os eleitores com as mídias sociais.
Claro que a culpa é da Rússia e do Putin na eleição do Trump – como vêm dizendo até a exaustão desde a derrota dos democratas em 2016, sem mostrar um átomo de evidência até hoje (método Goebbels de prova por repetição). A culpa também é de outros ditadores que se aproveitaram dessas plataformas para acabarem com a democracia. Parece até que o Bolsonaro é quem começou todas as nossas desgraças, desde as jornadas de junho de 2013 no Brasil, por exemplo.
Nenhuma palavra (ou imagem) sobre as “primaveras” árabes e como elas destruiram muitos países (e levaram “democracia” até eles) e caíram ditaduras.
Nenhuma palavra, óbvio, também sobre a própria Netflix, que certamente não usa esses algoritmos malvadões e não manipula os espectadores…
Não se enganem – é só mais uma propaganda pré-eleitoral da face boazinha, humana, ecológica e civilizada do imperialismo. Mais uma face do processo de dominação via engenharia social que os poderes vigentes usam para direcionar o pensamento da população. É um jeito hipócrita, pois tenta dominar, conduzir e controlar corações e mentes no mundo todo em favor de seus interesses enquanto vende uma aparência democrática e humana.
Se o golpe de 2016 no Brasil tivesse sido promovido pelo governo Republicano, ou por um cara como o Trump, ninguém no Brasil teria dúvidas de onde veio. Mas era o governo do gentil Obama e doce Biden.
Ano que vêm já ninguém se lembrará desse documentário.
Mas vale a pena, pra quem não faz ideia, do perigo que são as redes sociais para a saúde mental humana (exemplo: quando fala sobre as altas taxas de suicídio entre pré-adolescentes) individual e coletiva. As recomendações no final – nas letrinhas – são absolutamente válidas:
1) Não deixem seus filhos usarem-nas por muito tempo;
2) Furem bolhas. Saiam das bolhas;
3) Desliguem as notificações;
4) Rejeitem as recomendações;
5) Se não aguentam sair das redes sociais, procurem plataformas alternativas, menos intrusivas;
6) Informe aos outros do significado dessas ferramentas;
Essas são recomendações de ex-designers do Facebook, Google, Twitter, etc.
E finalmente, a mensagem central é que algoritmos malvadões, a inteligência artificial ou os donos irresponsáveis dessas redes sociais, juntamente com governantes autoritários é que estão aproveitando de tudo isso e destruindo nosso mundo pacífico e ordenado, confundindo os fatos, criando o caos e forjando mentiras e teorias da conspiração em todo o mundo.
Que sirva de lembrete para qualquer Zuckerberg, Brin ou Elon Musk, de que essa máquina de moer gente que se instalou no coração do sistema capitalista engole e cospe facilmente bilionários como eles.