O Ministério da Defesa desistiu da compra de microssatélites para monitoramento da Amazônia, em meio à polêmica a respeito das queimadas. O corte foi proposto pela Junta de Execução Orçamentária, composta pelo Paulo Guedes e Braga Neto, Ministro da Casa Civil. O valor dos satélites sairia por R$ 145 milhões. O que não chega a ser grandes coisas no Orçamento da União, dada a gravidade do problema.
O monitoramento da Amazônia é feito atualmente pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e a proposta do Min da Defesa era usar o programa de microssatélites de forma complementar. Dessa forma, conseguiriam obter dados por um sistema mais moderno que capta imagens mesmo sobre as nuvens, utilizando-se de tecnologia de radar.
O que podemos dizer disto é que o garrote orçamentário continua a fazer seus apertos, mesmo em setores privilegiados do governo, como o Ministério da Defesa, que conseguiu, ao contrário de outras pastas, conseguir maior fatia relativa no Orçamento da União do que outros ministérios importantes. O INPE é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, enquanto o novo sistema, abortado, ficaria sob responsabilidade dos militares. Não custa lembrar que os dois tiveram suas divergências, inclusive de dados a respeito das queimadas, desde o ano passado.
Ou talvez Paulo Guedes tenha batido o pé, não cedendo mais para os militares. Como o ministro da Economia se sente ao deixar a gritaria a respeito da “devastação da Amazônia” continuar, sem nem ao menos permitir que se adquira tecnologia de satélites para melhorar o monitoramento?