Por Felipe Quintas
Um assessor do governador peronista de Buenos Aires afirmou publicamente que a Pfizer exigiu que o governo argentino pagasse as vacinas com as geleiras do país. A vacina da Pfizer já foi aprovada lá e as negociações para a compra ainda estão em curso. Lembrando que a Pfizer é controlada por grandes grupos financeiros de Wall Street e a água já começou a ser especulada no mercado de futuros da Bolsa de Nova Iorque.
Se a Pfizer fez essa exigência da Argentina, certamente fez do Brasil também, no nosso caso em relação aos aquíferos Guarani e Alter do Chão. Dá para entender então a pressa que a Pfizer tem de o Brasil comprar a vacina mesmo sem a necessária aprovação da Anvisa, pois, à medida que outras vacinas forem disponibilizadas, principalmente as da Rússia e da China, a Pfizer não terá mais como exigir nossas riquezas naturais.
Se for esse o caso, ponto para o Bolsonaro, que disse não ter pressa para a vacina. De fato, não tem que ter pressa, tem que ter segurança técnica, certificação da Anvisa e comercialização em condições decentes. Mais ainda, o governo tem que fechar com outras vacinas e não ficar dependente de uma só, para barganhar um preço menor e que não comprometa o patrimônio nacional, ao contrário do que a Pfizer quer fazer na Argentina e certamente aqui também.