
Russian President Vladimir Putin, left, and U.S President Joe Biden shake hands during their meeting at the 'Villa la Grange' in Geneva, Switzerland in Geneva, Switzerland, Wednesday, June 16, 2021. (AP Photo/Alexander Zemlianichenko, Pool)
A reunião de cúpula entre Biden e Putin já vem surtindo alguns efeitos, pelo menos no Oriente Médio. No último dia 17, o Congresso dos EUA votou pelo fim da lei, aprovada após os atentados de 11 de setembro, em 2001, que autorizava o uso da força contra países acusados de abrigar terroristas – lei que foi usada para se iniciar a a invasão ao Iraque, em 2003.
Por outro lado, tanto o Iraque como a Arábia Saudita, a Jordânia e o Kuwait deverão retirar seus sistemas de mísseis Patriot e Thaad (Terminal High Altitude Area Defense). O novo Embaixador de Moscou no Iraque, Elbruz Kutrashev (antigo encarregado de negócios na Síria) propôs assumir a substituição e equipar o país com S-400 russos, tal como a Síria. Eles poderão ficar operacionais em 2025.
Segundo o analista Thierry Meyssan, a reunião de cúpula poderia ser chamada de Yalta II, em alusão a reunião ocorrida entre Stalin, Roosevelt e Churchil, em 1943, que dividiu as esferas de influência entre as superpotências após a II Guerra. Neste novo arranjo, os EUA cederiam a posição de senhor absoluto do Oriente Médio ao reconhecer o papel de influência da Rússia na região, sobretudo com a consolidação do regime de Bashar Al-Assad na Síria.
Ao mesmo tempo, reconhece-se também, implicitamente, a capacidade militar russa, capaz de fazer frente aos EUA, ao menos no que tange os sistemas de mísseis e antimísseis.