A reunião de cúpula entre Biden e Putin já vem surtindo alguns efeitos, pelo menos no Oriente Médio. No último dia 17, o Congresso dos EUA votou pelo fim da lei, aprovada após os atentados de 11 de setembro, em 2001, que autorizava o uso da força contra países acusados de abrigar terroristas – lei que foi usada para se iniciar a a invasão ao Iraque, em 2003.
Por outro lado, tanto o Iraque como a Arábia Saudita, a Jordânia e o Kuwait deverão retirar seus sistemas de mísseis Patriot e Thaad (Terminal High Altitude Area Defense). O novo Embaixador de Moscou no Iraque, Elbruz Kutrashev (antigo encarregado de negócios na Síria) propôs assumir a substituição e equipar o país com S-400 russos, tal como a Síria. Eles poderão ficar operacionais em 2025.
Segundo o analista Thierry Meyssan, a reunião de cúpula poderia ser chamada de Yalta II, em alusão a reunião ocorrida entre Stalin, Roosevelt e Churchil, em 1943, que dividiu as esferas de influência entre as superpotências após a II Guerra. Neste novo arranjo, os EUA cederiam a posição de senhor absoluto do Oriente Médio ao reconhecer o papel de influência da Rússia na região, sobretudo com a consolidação do regime de Bashar Al-Assad na Síria.
Ao mesmo tempo, reconhece-se também, implicitamente, a capacidade militar russa, capaz de fazer frente aos EUA, ao menos no que tange os sistemas de mísseis e antimísseis.