
Movimento de Solidariedade Íbero-Americana.
Neste momento, vários países ibero-americanos encontram-se semiparalisados por uma crise dramática. Essa crise decorre da falta de representação política e da aguda crise econômica e social resultante da “globalização” financeira. Não há solução imediata, seja pela via eleitoral ou por reformas constitucionais para a incorporação das demandas reclamadas por uma variedade de grupos sociais, sejam eles, ambientalistas, indígenas e militantes da cultura “identitária” pós-moderna, ou coletivos de gênero e outros, que trocaram a ideologia pela biologia.
A crise tem raízes históricas profundas, que remontam aos processos de independência consolidados nas primeiras décadas do século XIX. Na América Espanhola, o processo se desdobrou em uma balcanização controlada por grupos de interesses próprios e oligarcas locais, desintegrando politicamente toda uma vasta região que estava unida.
Divididas entre liberais e conservadores, as novas elites nacionais se adaptaram a dois condicionantes: o sistema de domínio econômico e financeiro da Inglaterra e das ideias políticas e institucionais derivadas do Iluminismo francês. Esses novos países buscaram numerosas tentativas internas de desenvolvimento econômico soberano com dignidade a suas populações, mas tais esforços sempre foram limitados ou enquadrados naquele sistema de controle global – e, ao final, derrotados.
O Brasil conseguiu manter a sua vasta integridade territorial, em grande medida, pela opção monárquica, mas também não logrou estabelecer um caminho de desenvolvimento pleno até quase meados do século 20. Mesmo assim, este impulso esgotou-se nas crises econômicas e financeiras das décadas de 1970 e 1980. Hoje, o País compartilha o mesmo impasse com os seus vizinhos do subcontinente.
A “globalização” financeira da década de 1990 em diante converteu as desigualdades históricas em um padrão de iniquidade social que clama aos céus, expondo às respectivas sociedades o problema central do sistema de democracias formais de toda a região. Apesar do voto universal, não existe uma representação verdadeira das populações, mas apenas o benefício dos grupos de poder econômico. Ou seja, a sucessão de eleições não resolve o problema da representação, ocasionando o surgimento de governos frágeis e, frequentemente, de curta duração, engajados em políticas econômicas exclusivistas, cujo resultado mais comum é o de agravar os problemas sociais. Neste processo, há claramente um risco de fragmentação das nações, frequentemente alimentado artificialmente por interesses externos.
Assim, o que se observa é uma radicalização contra o processo civilizatório iniciado com a descoberta e a evangelização do continente, como se ele fosse a causa histórica das injustiças sociais e econômicas. Outra vez, vemos ressurgir as velhas teses da Lenda Negra desfechada pelas potências coloniais protestantes contra a Espanha e Portugal, a partir do século XVI.
A Ibero-América porta em sua história um destino diferente. O esgotamento do sistema oligárquico mundial baseado nas doutrinas da predestinação calvinista e do “excepcionalismo” dos “destinos manifestos”, que impulsionaram a hegemonia colonialista a partir do final do século XVII, deixa vislumbrar claramente no horizonte o alvorecer de uma ordem mundial multipolar e cooperativa. Nesta nova ordem global, a crise do ibero-americana pode começar a se resolver de uma forma duradoura.
A integração, a defesa de seus vastos e ricos vazios geográficos e o pleno desenvolvimento dos seus povos, só podem ser construídos sobre as nossas raízes culturais e espirituais comuns e reconhecendo que a miscigenação aqui ocorrida criou um singular povo mestiço. Apenas com base neste entendimento poderemos resistir às tentativas divisionistas e restabelecer a vocação para um destino de grandeza, revertendo dois séculos de frustrações e construindo uma base econômica sólida, inclusiva e sintonizada com os requisitos do século XXI, integrando a região em grandes obras de infraestrutura física.
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o “leão” está meio banguela e sem algumas garras, mas conta com a inestimável colaboração de milhares de (famílias?!!) traíras!!! (“…nada de novo no front!…”)…
a novidade foi Mr. Burns que, além de pisar na lama da LA, veio controlar de perto os “projetos”!!!! (“…nada de novo no front!…”)…