O Banco Central do Brasil adicionou 41,8 toneladas de ouro a suas reservas em junho. Com essa compra, as reservas de ouro chegam a seu ponto mais alto desde novembro de 1999.
Naquele ano, o país enfrentava uma forte desvalorização do Real frente ao dólar, com o fim do regime de bandas cambiais e adoção do câmbio flutuante. A partir de janeiro de 1999, o dólar e a inflação dispararam. No ano anterior, o Brasil sofreu um processo de fuga de capitais, que levou ao país a recorrer ao FMI.
Desde então, o Brasil veio reduzindo suas reservas em ouro em prol do acúmulo de reservas de dólares, que atingiram seu ponto máximo na última década.
Diferentemente de vinte anos atrás, o dólar não tem a mesma força. Hoje as moedas digitais, emitidas pelos diversos bancos centrais, ganham força. O yuan chinês avança no comércio internacional, impulsionado pelo avanço da economia chinesa pela Nova Rota da Seda. A Rússia move-se para diversificar suas reservas de moeda estrangeira, abandonando o dólar em prol do yuan e do euro.
Não por acaso, o dólar tem perdido valor ultimamente. O que ocorre até internamente nos Estados Unidos, com o aumento da inflação no ano de 2021. Em outros tempos, eles conseguiram exportar sua inflação aumentando os juros do FED, assim como fizeram na Crise da Dívida do início dos anos 1980, mas hoje é provável que isso não ocorra, com a diversificação de moedas.
Diante deste cenário, o Banco Central do Brasil parece agir com precaução.