Composta por lideranças de esquerda estrangeiras, uma delegação da Internacional Progressista esteve esta semana no Brasil. Reuniu-se com congressistas de oposição, do PT, PSOL, PC do B, PSB e PDT, membros da bancada de esquerda no Congresso Nacional.
Os principais itens da pauta de discussão dessa delegação eram a denúncia da política ambiental do Governo Bolsonaro, “o genocídio contra povos indígenas” e a construção da Ferrogrão, ferrovia que vai ligar Sinop, Mato Grosso, a ao Porto de Mirituba, no Pará. Acusam a construção da Ferrogrão de causar “impacto ambiental significativo” e o fato de seu traçado passar por terras que estão para ser reconhecidas como indígenas.
O efeito prático dessa denúncia seria a criação de um precedente jurídico para que o Ministério Público ou mesmo a Defensoria Pública abra um processo para a não realização do projeto. Constitui-se assim o que poderíamos chamar de “lavajatismo de esquerda”, uma triangulação entre entidades internacionais e ONGs com a mídia e esses setores do Estado para interromper projetos e empreendimentos necessários para o crescimento da economia nacional, não mais em nome do “combate à corrupção”, mas na defesa do meio ambiente e na tutela dos direitos dos povos indígenas.
No espírito internacionalista das antigas lideranças operárias, a comitiva estrangeira poderia ter sido convidada a visitar as fábricas fechadas nestes últimos dez anos, ou todos os setores afetados diretamente pela Lava Jato, como a indústria naval, petroleira, química etc. Ou as filas de trabalhadores desempregados diante dos açougues, tentando encontrar alguma sobre para levar para suas casas.
Nenhuma das lideranças desses partidos apareceu para defender a construção da Ferrogrão. Nem mesmo Lula que teve que aturar queixas semelhantes durante a construção da Usina de Belo Monte e da transposição das águas do São Francisco, que só foi concluída neste ano. Sinal que a disputa é mesmo por Brasília, e não pelo Brasil.
Podemos esperar iniciativas semelhantes caso o governo, ou o próximo que assumir, retome a construção de Angra 3 ou de mais usinas nucleares. Até mesmo caso se projete a instalação de painéis solares nas regiões Centro-Oeste e Norte, arrumando-se algum pretexto para isso.
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