Entidade antecipa que consumidor pagará mais caro.
Monopólios e oligopólios privados regionais e nacionais vêm assumindo parcela significativa no mercado brasileiro de óleo e gás. “Com a venda da Gaspetro, por exemplo, a Compass herdará a participação acionária de 19 das 27 distribuidoras de gás natural do país, participações que variam entre 23,5% e 100%. A Cosan ficará com aproximadamente 80% do mercado de distribuição de gás natural nos estados. Um verdadeiro desastre para o consumidor brasileiro, que pagará cada vez mais caro pelos produtos derivados de petróleo e gás”, prevê o economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
Os ativos da Petrobras têm atraído o interesse de muitas empresas internacionais. É o caso da BR Distribuidora – que acaba de mudar seu nome para Vibra Energia – cuja privatização ocorreu no mercado acionário brasileiro e, hoje, 43% de suas ações estão nas mãos de estrangeiros.
As privatizações feitas pela estatal brasileira estão sendo contabilizadas pelo Observatório Social da Petrobras (OSP), que criou o Privatômetro. Os ativos vendidos entre janeiro de 2015 e julho de 2021 somam R$ 231,5 bilhões, segundo o OSP. Os dados foram atualizados após divulgação do balanço trimestral da companhia, em 4 de agosto. Os valores em reais já estão deflacionados para junho, convertidos do dólar, a partir do câmbio de cada ano analisado.
Em termos setoriais, a maior privatização em 2021 foi na distribuição/revenda (BR e Gaspetro), que totalizou R$ 13,34 bilhões. Em seguida, o refino, com a venda da primeira refinaria, a Rlam. Posteriormente, a área de Exploração e Produção (E&P), que teve quatro campos/polos adquiridos por empresas privadas, no valor total de R$ 2 bilhões.
O principal país comprador de ativos privatizados é o Canadá (27,8%), seguido pela França (20,1%) e pelo Brasil (14%). A lista de investidores mais relevantes inclui ainda Noruega (11,8%), Estados Unidos (6,2%), Japão (5,6%) e Emirados Árabes (5,1%).
Com informações Monitor Mercantil