Por Robert Bridge.
O Partido Comunista Chinês, sentindo um potente desafio ideológico diante de si, traçou uma linha na areia ao ordenar que os órgãos reguladores da China atuassem firmemente junto ao “caos” da cultura das celebridades enquanto busca maneiras de restringir a influência de celebridades “afeminadas”. Será que os Estados Unidos, que carecem de um aparato unificado de tomada de decisões tal qual seu par asiático, podem alcançar um arranjo interno para enfrentar o mesmo desafio?
Com a invasão de influências culturais estrangeiras, principalmente da Coreia do Sul e suas populares bandas de k-pop, Pequim praticamente declarou estado de emergência nacional. O presidente chinês, Xi Jinping, em nome da promoção de uma “sociedade mais moralizada e saudável”, solicitou um programa de “rejuvenescimento nacional” com o objetivo de controlar o “culto” a celebridades, incluindo celebridades masculinas que exibam uma personalidade feminina, informa a Associated Press.
A decisão, que não foi submetida a um espinhoso e complexo processo tomada de decisões, como sempre é o caso dos EUA, causou arrepios na próspera indústria de entretenimento da China. Ela exige que emissoras coíbam a exibição de “homens maricas e outras estéticas anormais”, segundo a Administração Nacional de Rádio e Televisão (NRTA), que empregou uma gíria depreciativa para homens afeminados: “niang pao”, que se traduz aproximadamente como “armas femininas”.
O frenesi coletivo gerado por bandas de K-pop na China – como o grupo Exo, uma colaboração sul-coreana-chinesa, que é considerada uma das boy bands mais influentes do mundo – não é mais um fenômeno que Pequim sente que pode ignorar. Adolescentes sugestionáveis e ávidos por imitar um estilo que parece tão atraente para jovens fãs do sexo feminino fizeram com que autoridades se preocupassem com a possibilidade de a “feminização” dos jovens levar a uma mudança radical da antiga civilização chinesa, ou mesmo a transformações internas indesejáveis e trágicas.
Nesse sentido, é interessante notar como a China e os Estados Unidos, duas superpotências econômicas e militares concorrentes, veem a questão da masculinidade – ou a suposta falta dela – em suas culturas. Na China, a questão de proteger a masculinidade do ataque de um mundo hipersexualizado é obviamente uma prioridade; nos Estados Unidos, o debate está se encaminhando para um beco sem saída delirante, com grupos que incluem professores, políticos e até mesmo a Gillette Company denunciando a existência de uma “masculinidade tóxica” enquanto promovem estilos de vida LGBTQ+ em salas de aula.
Em Xangai, alunos do sexo masculino com idades entre 10 e 12 anos estudam um livro didático de 2016 intitulado “Xiaoxiao Nanzihan” ou “O homem pequeno”, que foi elaborado para lidar com a percepção da crise de masculinidade na China. Chen Laixiu, um dos coautores do livro, tem uma mensagem simples para os homens chineses: “sejam homens”.
“Os meninos precisam ser extrovertidos, capazes de enfrentar a pressão da vida e da sociedade e ser responsáveis por proteger a família”, disse Chen à página Sixth Tone.
Agora, tente imaginar um professor de escola nos Estados Unidos – onde contações de histórias feitas por drag queens estão sendo organizadas em bibliotecas públicas por todo o país e crianças pequenas estão sendo apresentadas aos mistérios do “transgenerismo” – mantendo seu cargo por mais de 24 horas se fizesse um comentário similar ao de Chen.
Enquanto isso, em janeiro, um representante da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um órgão consultivo governamental, alertou que a juventude chinesa está se tornando “fraca, modesta e tímida”, e pode estar sendo indevidamente influenciada por “afrescalhados”, uma referência aos jovens do k-pop que recebem ovação do público feminino enquanto realizam todo tipo de performance em um palco. Esse aviso passou a descrever a feminização de jovens chineses do sexo masculino como “uma ameaça ao desenvolvimento e à sobrevivência de nossa nação”.
Vejam que impressionante: uma única palavra de um único oficial chinês produziu um movimento nacional para fazer a potência asiática passar a enfatizar mais a educação física nas escolas e desincentivar os jovens a ficar na frente do computador. E há pessoas que se perguntam como cidades chinesas inteiras surgem do nada quase que magicamente da noite para o dia.
Na semana passada, a Associação Nacional de Imprensa e Publicações da China anunciou a proibição de jogos virtuais nos dias letivos. As regras também limitam o jogo a uma hora por dia nos fins de semana e feriados. Mais uma vez, não foi preciso nenhum tipo de debate interminável e infrutífero em instâncias políticas do país.
As autoridades foram movidas a uma ação rápida depois que “muitos pais (…) relataram que o vício em jogos entre alguns jovens e crianças está prejudicando seriamente seus estudos, sua vida e sua saúde mental e física”, disse o governo chinês, conforme relatado pelo New York Times.
A primeira lição notável a ser aprendida aqui é que, sabe-se lá o motivo, as elites dos Estados Unidos ou não veem como problema a feminização em curso dos meninos norte-americanos ou não desejam ver seu país como uma nação viável por muito tempo. Considerando o desastre que acabou de acontecer no Afeganistão, a segunda opção é tentadora. As vantagens de apoiar traços masculinos na sociedade são óbvias demais para justificar uma discussão séria aqui; basta dizer que nenhuma nação que promove a feminização de sua juventude masculina pode esperar sobreviver por muito tempo, nem no campo demográfico, nem no campo de batalha.
A Rússia, aliás, acostumada a sobreviver em um mundo hostil, percebeu as ameaças imediatas representadas pelas tendências culturais globais e agiu coerentemente. Embora não negue a ninguém sua liberdade de seguir qualquer tipo de estilo de vida, a Duma russa, em junho de 2013, aprovou uma lei que proíbe a promoção de “propaganda de relações sexuais não tradicionais” entre menores “com o propósito de proteger as crianças da informação que advoga pela negação dos valores familiares tradicionais”. A população russa apoiou de forma esmagadora essa legislação.
Enquanto isso, os Estados Unidos, uma nação cultural e politicamente fragmentada, que se tornou o principal terreno de atuações para globalistas e suas maquinações mundanas, estão totalmente paralisados quando se trata de invocar legislações que protejam suas crianças do ataque de experimentos culturais delirantes.
Países de espírito independente como China e a Rússia, que não foram tomados pelo hiperliberalismo, ainda têm o poder de proteger seus jovens cidadãos de forma eficiente. Esse direito não é mais possível na “Terra da Liberdade”, onde uma cínica máquina de mídia corporativa mantém conservadores e liberais perpetuamente em guerra por questões que jamais deveriam ter se tornado, efetivamente, “questões”.
“Meninos serão meninos” não é mais uma assertiva certa e esse trágico estado de coisas pode simplesmente ajudar os Estados Unidos a desaparecer no cenário geopolítico mais rápido do que qualquer um poderia imaginar.
Publicado em Strategic Culture em 07.09.2021.
Tradução JORNAL PURO SANGUE.
“Why Is Sweden Multicultural?”, Um novo documentário de jornalistas da Palestra Media , é a investigação mais completa sobre as origens do experimento multirracial fracassado da Suécia já publicado.
O filme examina o papel de vários interesses, incluindo a comunidade judaica local, na formulação de uma política que arrastou a Suécia de uma nação bem-sucedida admirada em todo o mundo para agora, em 2021, um estado incoerente e falido.
https://national-justice.com/current-events/new-documentary-investigates-history-great-replacement-and-mass-immigration-sweden