Por André Nunes.
O discurso de Bolsonaro na ONU foi um verdadeiro Túnel do Tempo.
Bolsonaro tinha 25 minutos disponíveis, disse que usaria 20 e acabou falando por apenas 12 minutos.
O começo da exposição poderia perfeitamente se encaixar nos anos 1960, um revival da “Marcha da Família com Deus e pela Liberdade” e da cruzada anticomunista. Uma ensandecida e confusa viagem no tempo que levava os ouvintes de volta ao período da Guerra Fria.
Sem nenhuma vergonha de se expor ao ridículo, afirmou que livrou o Brasil do avanço de um suposto socialismo. Caso venha a perder o cargo de presidente pode tranquilamente exercer a profissão de caça-fantasmas.
No ponto alto de sua total desconexão com a realidade cita que algumas políticas de seu governo teriam reflexos no “barateamento” de produção dos alimentos. Nada mais absurdo em um momento de inflação com crescimento exponencial, que atinge em cheio exatamente o preço dos alimentos.
Após esse bizarro déjà vu o restante do tempo foi utilizado para propaganda eleitoral, voltou a falar para o seu nicho, ao estilo Steve Bannon jogou para sua plateia e disparou algumas mentiras para agradar seus fiéis seguidores que ainda estão embriagados pelo frenesi anticorrupção.
Dentro dos 12 minutos mais longos de sua vida (nota-se que discursar fora de seu cercadinho é uma tortura para ele) arrumou tempo para posar de ambientalista /ecocapitalista.
Falava como um bonequinho de ventríloquo, realmente não poderia falar mais que 12 minutos pois não tinha absolutamente nada a dizer e nem capacidade para decorar (ou ler) outras bobagens.
Resumindo, nada de novo no front. Como já era de se esperar: patético.