A China, com os seus últimos movimentos econômicos e geopolíticos, conseguiu, de forma até pouco enigmática, uma característica, digamos assim, cultural da sua sociedade: desvendar e desnudar de uma vez por todas o neoliberalismo e suas vertentes ainda mais ousadas.
Primeiramente tem que ficar claro que o neoliberalismo nada mais é do que uma pirâmide, um esquema de Ponzi, sistema esse que recebeu esse nome em homenagem ao seu criador, Carlos Ponzi, imigrante pobre italiano que implementou o golpe nos Estados Unidos e que, por ironia, veio morrer no Brasil como um quase indigente.
O neoliberalismo ou capitalismo de mercado da concorrência cruel e sanguinária, dos traders, coachs, ancaps e oportunistas seguidores de teorias e teses mirabolantes, todas elas essas escolas anglo–sionistas só conseguem se manter através desse esquema piramidal.
A prova cabal de que o neoliberalismo é uma pirâmide é que a cada 10 ou 15 anos o sistema simplesmente rui, desaba, se auto destrói e recomeça sempre da mesma forma, distribuindo o prejuízo pela base da pirâmide e mantendo incólume e impune o topo da mesma.
Claro que isso só acontece porque o sistema administrativo e econômico mundial, via de regra o ocidental, se torna dono do poder, da emissão da moeda e dos bancos centrais dos principais países, sendo assim, toda vez que a pirâmide desmorona, basta fazer planos econômicos maquiavélicos, destrutivos e jogar nas costas do povo para este pagar a conta.
Em 1989, a China saiu do seu modelo comunista padrão, porém criou um próprio sistema misto, aceitando o capitalismo, o monetarismo, porém fechando as portas para o neoliberalismo, isso fez com que a China criasse um sistema sócio–administrativo e econômico vertical, estatal e profissional onde o mercado, vulgo apelido de grupos manipuladores, não tem vez.
A China calcou seu crescimento e seu acúmulo de riqueza única e exclusivamente na razão direta da produção, o dinheiro da China vem da sua estúpida capacidade de produzir para o planeta enquanto o ocidente apostou todas suas fichas no rentismo e na riqueza a ser descoberta. A China criou lastro físico para cada centavo que amealhou.
A China criou um paradoxo que eu vou apelidar de “paradoxo Evergrande”. Uma empresa imobiliária dedicada à construção e venda de imóveis que pode quebrar o sistema financeiro mundial e pasmem, sem afetar a economia chinesa e o que é mais paradoxal, sem um chinês ao menos tomar calote vou ficar sem a sua casa.
Isso só é possível no sistema onde a economia rentista de mercado não dá as cartas, onde não é proibido ficar rico ou ter dinheiro, mas isso não te dá o direito de participar da economia estatal, ou seja, os milionários chineses tem um poder de decisão 0 em relação aos interesses do país.
Enquanto isso, aqui no ocidente, caminhamos felizes, de crise em crise, aprofundamento da miséria, concentração de riqueza, mas e mais trilionários e como o sistema de vasos comunicantes, óbvio que milhões e milhões de miseráveis. Afinal, o topo da pirâmide usa o mesmo sistema, a imensa maioria dos de baixo paga a conta dos golpistas de cima, que mal saem de um golpe e já começam a preparar o próximo.
Como conclusão doméstica, apenas como fechamento de raciocínio, já temos o resultado das próximas eleições, Bolsonaro será engolido e Lula virá como apaziguador do sistema, o povo na miséria, vítima da última pirâmide, já pagou a conta e está na hora de produzir mais para, em breve, cair em outra…