Sempre falei que o Estado tem que ser deficitário: estatal não é feita para dar lucro, o Estado que não é deficitário não cumpre o seu papel. O papel do Estado é pagar dividendos a seus sócios que são todos os cidadãos, isso sem entrar em valores humanistas.
Difícil de entender? Ora, você foi doutrinado desde o berço para defender uma riqueza que não é sua e nunca vai ser, desde que você nasceu você foi bombardeado com o modelo econômico que defende os interesses de uma pequena elite, de um grupelho de rentistas transnacionais.
A estrutura do Estado não visa criar colônias de parasitas e ácaros sociais, se bem que os que combatem esse modelo todos eles praticam essa modalidade de vida, se não fosse o caso jamais um presidente de banco especulador do mercado financeiro aceitaria de bom grado trabalhar no Estado a troco de um salário ridículo.
Salim Mattar, Roberto Campos, Paulo Guedes, Joaquim Levy e Henrique Meireles são alguns exemplos de aves de rapina do setor rentista que deram as cartas na economia do Estado brasileiro, todos ligados a banco e todos eles com um ódio atávico ao Estado, isso não pode dar certo em lugar nenhum do mundo.
O Estado brasileiro ou a social-democracia nacional não criou uma escola econômica ligada ao pensamento ou a aplicabilidade do Estado, e isso foi feito de caso pensado. Não, não existe uma escola econômica estatal, todos os abutres que tomaram conta do Estado brasileiro hoje não fazem parte da máquina do Estado, são alienígenas que ali adentram para representar lobbies, vender facilidades e fazer negociatas.
O nível de poder dessa gente é tão grande, são tão aliados da banca juristocrata nacional, que houve o pseudo escândalo da Lava Jato, por onde, segundo consta, transitaram, a descoberto, centenas de bilhões de reais, entre contas fantasmas laranjas e dinheiro em espécie.
Depois da hecatombe que custou o emprego de 10 milhões de brasileiros e a estagnação econômica do país, transformando o Estado brasileiro em apenas rolador de papéis e a sociedade brasileira em plantadora de feijão e milho, pasmem, nenhuma instituição financeira, nenhum especulador, nenhum abutre nacional ou internacional constou em um processo sequer.
Nós temos a ferramenta mais eficiente do planeta para controle de trânsito e fluxo de capitais em moeda corrente que é o Coaf, qualquer um, pobre mortal, que precisou tirar R$ 30.000,00 em espécie sabe que hoje isso dá trabalho e o sistema é todo rastreado. Qualquer transação acima de R$ 5.000,00 fica gravado diretamente no Coaf, sendo extremamente simples rastrear qualquer montante de dinheiro e quem movimentou.
Pois bem, bilhões transitaram em malas e baús, doleiros recebiam containers fechados de reais para transformar em dólar em paraísos fiscais e, pasmem!, nenhuma dessas instituições que são os grandes bancos foram citados em relatório algum, provando mais uma vez a tragédia que é o modelo econômico nacional.
Enquanto bancos corretoras de valores laranjal da Bovespa, o mercado criminoso das criptomoedas apresenta uma musculatura invejável, sem nenhum tipo de sinal de crise, o mundo real brasileiro, aquele onde vivem 200 milhões dos nossos 213 milhões de habitantes, corre o risco de ficar sem luz e ter que caçar cachorros e felinos para complementar a cota de proteína no final do mês.
Onde é que era mesmo a Venezuela? Pergunte para o ilustre cavalheiro ao lado.
O Rubem tem a visão exata do papel estatal, mas o brasileiro médio e os fdp ancap e liberais, não. São décadas sendo bombardeados com o conceito que estatal é como qualquer empresa privada, quando não é.