Enquanto boa parte da “Turma Boa” cirista e petistas esbaldam-se em piadas e memes sobre a acusação de uma mulher, em Resende, RJ, terra da Academia Militar das Agulhas Negras, de que, quando cadete, Jair Bolsonaro teria sido a “noiva do Aristides”, Sergio Moro segue marcando pontos em sua pré-campanha à presidência da República.
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça não deixa nunca de estar citado em grandes mídias como Globo e Folha/UOL. Nas últimas pesquisas, de procedência duvidosa, figura em um terceiro lugar, atrás de Lula e Bolsonaro, mas na frente de Ciro Gomes.
Parte dessa oposição cirista-petista acredita que assim desgastarão a imagem de Bolsonaro, mas esse tipo de galhofa pode se voltar a eles mesmos, na medida em que assumiram a pauta progressista LGTBQ etc como item prioritário de suas agendas políticas. O eleitorado, bolsonarista ou não, pode muito bem acusar a hipocrisia dessa postura.
Aliás, assume-se, erroneamente, que boa parte do eleitorado brasileiro seja movido por um conservadorismo nos costumes de corte iraniano ou saudita, países em que a prática do homossexualismo pode resultar em pena de morte, quando, na verdade, o eleitor aqui já elegeu com boa margem de votos o estilista e apresentador Clodovil Hernandez, o senador Fabiano Contarato (que assume sua condição) e até mesmo Jorge Kajuru ao senado, depois deste admitir, em rede nacional, ter feito sexo com homens. Esse conservadorismo do eleitorado não tem rejeição ao homossexual em si, mas à militância identitária que faz disso a razão de ser de sua campanha e atuação parlamentar.
Diante do desastre que está sendo sua administração, Bolsonaro está acostumado com as piadas sobre rachadinhas e ser corno – condição esta que é folclórica no imaginário social, sobretudo no repertório dos cantores populares. Mas sua popularidade não será abalada a não ser que se vincule a ele um sério esquema de corrupção ao estilo Lava Jato. O que seria o coroamento da candidatura de Moro como heroi-factoide do momento, tirado do limbo pela grande mídia e pelas ONGs que irão se refastelar caso um dia tome posse na presidência, terceirizando a agenda do Estado para essas entidades do terceiro setor.
Resta saber até que ponto as oposições irão aplaudir tudo isso, até a hora de parar de gargalhar.