
Por Wellington Calasans
Qualquer voz contrária aos critérios de avaliação do Ocidente sobre liberdade de expressão, democracia e liberdade de imprensa seria imediatamente vista como uma voz de conivência com o alvo daquelas mesmas análises. A impossibilidade de questionar os métodos e metas do Ocidente já era um sinal de intolerância ao debate e uma imposição das próprias crenças e convicções do chamado “mundo civilizado”.
O tempo e a repetição deram ares de normalidade e legitimaram – com alguma credibilidade aparente – as críticas e índices de avaliação ocidentais sobre liberdades nos diversos países. No entanto, a briga da OTAN contra a Rússia, pela via da Ucrânia, foi suficiente para expor as vísceras de muitos paladinos da ética e deontologia.
No lugar da verdade, a propaganda carregada de fake news, no lugar da pluralidade, a censura à imprensa russa e a imposição da versão da “imprensa ocidental” (aquela das armas de destruição em massa no Iraque, lembra?) como a única verdade.
O cúmulo da coautoria da imprensa ocidental – como agência de propaganda e agitação da OTAN – neste conflito na Ucrânia foi reforçado através da nítida omissão da presença nazista numa espécie de exército paralelo da Ucrânia, completamente armado pelo Ocidente. Agravada pelo estímulo e normalização da “russofobia”, através das mesmas técnicas utilizadas para a demonização de povos pela propaganda nazista na 2ª Guerra Mundial.
As diferenças entre a antiga propaganda nazista e o trabalho da imprensa ocidental nos dias de hoje são notadas apenas nos meios, pois os fins continuam os mesmos. É inquestionável que a chamada democracia ocidental baila de acordo com a música. Se há desgaste na popularidade com os meios que utilizam, basta um ajuste, desde que os fins sejam salvaguardados.
“Nunca passaria por suas cabeças inventar mentiras colossais, nem acreditariam que outras pessoas fossem atrevidas a ponto de distorcer a verdade de maneira tão infame. Mesmo que os fatos demonstrem claramente tratar-se de uma grande mentira, ainda assim duvidarão, hesitarão e continuarão a pensar que deve haver outra explicação” (Adolf Hitler, Minha Luta, vol. 1, cap. X).
Sim, precisamos citar Hitler para denunciar a necessidade de revermos os modelos de democracia e liberdade de imprensa que o Ocidente pratica, notadamente em oposição ao que tenta impor nos outros países. “Faça o que eu mando, não faça o que eu faço” é o novo lema utilizado por aqueles que se julgam em condições de rotular políticos e governos de ditadores ou autoritários, mas que abominam a dureza da pluralidade.
Enquanto os incautos seguem à procura das armas de destruição em massa no Iraque, devemos definitivamente compreender que comunicação social é algo estratégico e que nenhum país pode abrir mão de ser soberano nesta ferramenta indispensável à pacificação e ordem interna. A censura aos órgãos russos de comunicação social (inclusive internet e redes sociais) pelo Ocidente encerra o ciclo da ingenuidade, pois desperta a todos nós para a dura realidade do uso ocidental daqueles valores e crenças – que cobravam nos outros – como arma em defesa das próprias conveniências.
Esta situação é agravada entre os órgãos privados, pois vemos que nitidamente os grandes empresários da comunicação internacional do Ocidente defendem os mesmos interesses dos governos dos países ricos, ultrapassam a desinformação e bloqueiam a verdade através da omissão. Dessa forma, privam o público do direito ao contraditório e transformam a informação numa mera fábrica de alienação.
Tudo isso pode piorar. O certo é que a imprensa ocidental foi a primeira vítima dos confrontos na Ucrânia. A verdade está sob os escombros e somente um delicado trabalho de resgate poderá garantir que siga viva. Um novo parâmetro de avaliação dos trabalhos da imprensa deverá ser criado, jamais tendo o Ocidente como único modelo a ser seguido.
Parabéns pelo excelente trabalho jornalístico, pois através do excelente trabalho dos senhores, a verdade tem combatido toda farsa do ocidente, em meios a tantas mentiras, censura tentando calar a liberdade de expressão que as mídias podres do ocidente prega, através de uma farsa democracia. Percebo que a RT( RUSSIAN TODAY), ja esta sendo sensurada aqui no brasil, pois ja consigo acessar o site deles.