
Por Raphael Machado, da Nova Resistência
Hoje se confirma o previsto e inevitável: já é parte dos objetivos oficiais da Rússia a construção da Novorrússia.
Isso se tornou inevitável a partir do momento em que ficou claro que Zelensky não pretendia ser razoável e sentar para conversar e atender as demandas razoáveis da Rússia. Diante da disposição de Zelensky, sob as ordens dos EUA, de lutar até o último militar ucraniano, não restou outra opção para o Estado russo.
Não havia a menor possibilidade da Rússia simplesmente recuar dos territórios libertados no sul e sudeste, diante da impossibilidade de negociação e após o fim das operações militares, para devolver a população da região à SBU [Serviço de Segurança da Ucrânia] para que o mundo visse novas tragédias de Bucha.
Nada aqui é novidade também. Já foi esquecido, mas Carcóvia e Odessa quase seguiram Donetsk e Lugansk de forma imediata no levante popular de 2014, e isso só não ocorreu pela brutal repressão empreendida pela Junta de Kiev e suas gangues neonazistas.
Recorda-se, ainda, que a região da Novorrússia, constituída por essas regiões que a Rússia pretende libertar, é tradicionalmente parte do mundo grão-russo. Quase todas as principais cidades foram construídas pelos czares russos, e os territórios passaram por uma ucranização no período soviético e ainda mais após o colapso soviético.
A destruição das forças ucranianas no Caldeirão de Kramatorsk-Slavyansk (60-80k homens) vai permitir que os russos avancem, de imediato, para Nykolaev e Odessa. Carcóvia será o objetivo da 3ª fase da operação especial.
Resta decidir o que será feito do resto da Ucrânia. A absorção do país como um todo seria muito difícil, mas tudo dependerá da possibilidade de Kiev aceitar a inevitabilidade da derrota e se colocar em posição de negociar a sobrevivência de algum Estado ucraniano.
Nesse caso, a declaração do Ministério da Defesa da Rússia confirma o prognóstico de Dugin sobre a “hipótese mínima de vitória” como recuperação da Novorrússia.
Não se trata aí de “imperialismo russo”, como os defensores abertos ou velados do atlantismo querem fazer parecer, mas da defesa da sobrevivência do Estado russo contra uma ameaça existencial grave, com a oportunidade aproveitada para a construção de um Grande Espaço eurasiático permitindo à Rússia encabeçar um polo em um futuro mundo multipolar.
Por mais que venha a haver choro e ranger de dentes temos que aceitar que estamos em um mundo pós-vestfaliano. O Brasil precisa se adaptar rapidamente às circunstâncias porque nos depararemos com ameaças graves na Amazônia e, ao mesmo tempo, podemos nos colocar em posição, se fizermos as alianças certas, de rediscutir a Questão do Pirara e defender o Brasil contra o inevitável cerco da OTAN.
Melhor anexar logo tudo. O que sobraria seria apenas um país miserável e infestado que nazistas que “odeiam a Rússia e o povo russo”. O mundo não precisa de “outra Polônia”.
Todo mundo ignora as ameaças, no plural, contra a Amazônia. O PSDB e a Globo Golpista são completamente subservientes aos gringos. O PT está completamente corrompido por ONGistas. A extrema direita é ainda pior já que o Bozo incentiva abertamente o extermínio dos índios e a destruição dos Biomas.
Uma coisa é justificar uma guerra com uma mentira, como fizeram no Iraque. Outra coisa é justificar com a verdade, o Bozo seja por incompetência ou amor ao banditismo (grileiros e garimpeiros) está deixando a imagem do Brasil no exterior cada dia pior. Os militares são um bando de vagabundos já que tratam o assunto como se fosse uma brincadeira, eles fingem que existe uma ameaça para justificar a existência das forças armadas. O problema é que a ameaça é real.
Eu critico mesmo a turma da picanha com leite condensado. Essa história de comprar brindes com as sobras sempre foi esquisita, mas agora perderam o pudor. O orçamento das Forças Armadas é pequeno, o problema é que agora “por ganhar pouco”, os militares se colocam no direito de transformar todo o orçamento em “sobras” e gastar tudo com bobagem (viagra e outras coisas que deveriam comprar com o próprio dinheiro como qualquer pessoa normal).
Como na fábula “O Pastor Mentiroso e o Lobo” é obvio que não devemos brincar com coisas sérias. A ameaça são os gringos e seus vassalos da OTAN, não é o Macron especificamente. A questão é que os militares são todos fascistas com complexo de vira-latas incapazes de enfrentar os gringos, ainda que no plano retórico.
O Macron trabalha contra o Brasil? Sim, ele não paga uma fortuna para aquela ONG na Serra do Cachimbo por preocupação com os índios. Cada país do Ocidente tem um papel nesse plano contra o Brasil, por isso digo que é uma agenda “fragmentada”.
Essa história de que as potências colonialistas querem apoderar-se da “Sibéria” e da “Amazônia” não é sequer novidade, mas para algumas pessoas é uma simples “teoria da conspiração”.