
Por Wellington Calasans.
Quando eu afirmava – nos comentários que faço para a imprensa e canais independentes das redes sociais – que estamos diante de uma guerra entre a OTAN X Rússia em solo ucraniano, alguns resmungavam em sinal de reprovação. Foram necessários mais de dez meses, milhares de mortos, milhões de refugiados, quebra de economias, quedas de governos e alerta de levante popular na Europa para que o Ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, revelasse – como a criança que gritava “O Rei está nu!” – que “A Ucrânia já é um membro de fato da OTAN.”
Esta revelação só não era vista ainda pelos hipnotizados por uma assessoria de imprensa da OTAN, esta mesma assessoria que é apresentada como “imprensa livre ocidental”. No entanto, ao contrário da narrativa complacente promovida por jornalistas que trocam a assinatura de notas de propaganda da OTAN por um salário, aquilo que chamam de “invasão da Rússia” não está em colapso e a Ucrânia não está “vencendo a guerra”, como propagam todos os dias.
Há relatórios que apontam para a chegada em solo ucraniano de modernos sistemas de armas ocidentais. Entre eles os últimos tanques norte-americanos e alemães, sistemas de mísseis Patriot e outros armamentos atuais. Isto consolida a presença da OTAN como parte do conflito e ratifica as palavras do ministro Reznikov como verdadeiras.
Com o exército destruído, a Ucrânia sequer possui soldados suficientes para usar esses propalados sistemas de armas. Ainda que tivesse, levaria meses para preparar a Ucrânia para o uso dessas mesmas armas. A situação é agravada pela inexistência de um sistema logístico que é fundamental para a entrega, manutenção e proteção do armamento contra ataques aéreos e de mísseis russos.
As não menos propaladas sanções, que na narrativa romantizada pela imprensa prejudicariam a capacidade da Rússia de travar a guerra, foram reveladas como ineficientes. Ao contrário disso, a maior parte do que a Rússia usa contra a Ucrânia é, na verdade, de baixa tecnologia, já que é predominantemente uma batalha de artilharia. O que deita por terra a absurda propaganda ocidental sobre a produção russa de armas ser “paralisada” pela falta de importações de alta tecnologia.
Não é mais possível à OTAN o uso de uma fantasia ucraniana. Todos já sabem que esta é uma guerra de proporção mundial, travada num campo de batalha limitado. E que os países ocidentais contam com apenas duas armas para reverter esta derrota prenunciada por muitos: a propaganda (que tem prazo de validade cada vez mais curto) e a arma nuclear (que se usada representaria o fim do planeta).
Em meio a tudo isso, a China – que por erro irrecuperável os EUA permitiu se aproximar da Rússia – constrói parcerias que, muito em breve, devem expor também a fragilidade da ONU. A união da maior potência comercial mundial e a maior potência militar mundial garante o conforto de Países Não Alinhados e outros, vistos como periféricos, para o afastamento das potências ocidentais.
A China sabe que seria o próximo alvo a ser abatido pelos países membros da OTAN, numa eventual derrota russa. Assim, nesse tabuleiro, os chineses trabalham a diplomacia com os demais países e a Rússia, pouco preocupada com o que o ocidente diz sobre ela, faz o trabalho no campo de batalha.
E é por isso que a Rússia não tem nenhuma pressa de concluir esta guerra. Sangrar o ocidente é a estratégia escolhida. Isso significa que além das armas, os países membros da OTAN terão que enviar também soldados para o campo de batalha na Ucrânia. Isto revelará para todos que esta guerra mundial não declarada já está em curso.
A margem dos ocidentais para a reversão desta previsível e humilhante derrota é muito pequena. Até mesmo os analistas ocidentais estão perdidos, pois lutam contra as próprias mentiras. Enquanto para alguns Putin errou ao não destruir a Ucrânia em poucos dias, há quem diga que foi a OTAN que hesitou e agora “estamos experimentando um resultado de qualidade extremamente baixa”.
A WW3 (Terceira Guerra Mundial) já está em curso. Habemus um mundo multipolar? Ou um Armagedom? Somente a primeira pergunta nos dará o direito de resposta.
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Exame apurado da situação Muito Bom
O seu texto revela uma contemporaneidade espantosa, estamos vivendo um momento incrível, veremos grandes transformações no mundo nos próximos tempos, parabéns pelos dizeres.
Toda vez que lemos ou ouvimos notícias sobre essa guerra, encontramos, analistas velhacos, exposto nas TVs, falando tantas inverdades, que a gente tem que interferir e fazer algumas ressalvas. Como um homem experiente, idoso se passa a se desmoralizar perante um número grande de pessoas. Sabemos do grau de alienação e ignorância de muitos, mas nesse número de telespectadores, têm pessoas mais ou menos informada. Sentimos que a situação BR, nesses tempos, tem também muito a ver com essa guerra entre Rússia e os EUA(e aliados-OTAN), e que a Ucrânia foi um território útil para esse combate.
Excelente informação, mais do reportagem
Obrigado
Gestor Brasil
Obrigado pela excelente análise! Me sinto menos só.
Parabéns pela análise sucinta e contundente sobre a realidade visceral da conjuntura geopolítica em voga.
P U L H A
Espantalhos de uma mesma farsa
Contra a emancipação humana
Entregam o monopólio da violência
Ao império que sua torpeza disfarça
E entorpece com a pulha gasta
As almas atoladas na vagueza
E se acotovelam na fome, na peste,
na ruína
Hipnotizados pela propaganda nefasta
O dia seguinte é cigano
Girando na roda ferina
Que mistura suor com sangue
Na festa da grande mentira.
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João P. Guedes
29/09/2021
Parabéns Wellington, venho acompanhando seus comentários, e vendo os fatos acontecendo. Uma visão totalmente diferente dos globalistas, onde por mais disfarçados que estejam, se perdem na falácia que a Rússia está sendo estrangulada em todos os sentidos e o Putin em estado terminal não tem mais forças.
Parabéns Calazans pela análise.
Acompanhando os sites e vídeos alternativos do Brasil e de outros países, pude chegar as mesma conclusõe e acabo entendendo a mesma coisa que você e acho que os trabalhadores brasileiros vêem a situação da Ucrânia, e desconfiam da mídia hegemônica que diz o contrário, o dia inteiro na cabeça da população. O que surpreende é o trabalhador europeu, que eu pensava ver mais combativo e mais bem informado, não ter se insurgido brutalmente contra esta atrocidade, que destrói a Europa, fundamentalmente a Alemanha, a França e a Itália.
Já vi manifestações de rua na Europa, mas um pouco acanhada, tímida e não de milhões de pessoas na “nas calles” gritando para expulsar os EstadosZunidos da OTAN e pedindo o cessar fogo da OTAN, o que obrigaria a Ucrânia de negociar a paz. Pelo que tenho notícia, era uso corrente, em 1945 e adiante os partidários de Eisenhower, que foi general na WWII e depois presidente dos EstadoZunidos e políticos associados, dizerem que queriam transformar a Europa em um mercado cativo e fundamentalmente, a Alemanha, em um campo de batatas. Essa vontade agora se torna uma realidade candente. Será que combinaram com os trabalhadores europeus ?
Espetacular.
Excelente análise. Exatamente o que penso.
Fornecer tantas armas sem uma cobertura aerea foi uma idiotice sem tamanho. Fica a questão: os poloneses e vizinhos vão aceitar ser a proxima bucha de canhao?
Os Estados Unidos da América tem em ajenda a nova ordem mundial, que se consubstancia em abulicão da soberania nacional em todo o planeta, salario minimo universal e outros planos que no meu entendimento serão beneficos para a humanidade.
Mas para materializar este plano precisa estreminar as potencias que já mas aceitariam a abolição da sua soberania nacional, dai o plano de uma escalada disfarçada de entrada da Ucrânia na otan para dai perpetrar um ataque sulpresa em que o cistema de defesa russo não podesse entercetar atempadamente os mices da otam e dessa maneira destruir não os russos mas cim a sua soberania.
O sistema de defesa russo atraves da contra inteligência se apercebeu e atraves do seu presidente Vladimir Putim adivertiu os norte americanos é o mundo de que se for necessário para proteção da sua soberania estreminaria todos os paises aliados a otam em uma gerra sem precedentes e que não os daria tempo de piscar.
A Rússia esta em uma posição aque é agora muito prevelegiada pelo seu arcenal belico de destruição massiva e o mais inteligente, pelo que eu acredito que eles não vão esitar em utilisar tal cistema se for necessário.
Quanto a Europa a america tem que ter o discernimento de que estão a financiar a guerra dos russos na Ucrânia, atraves dos pressos em alta que a Rússia esta a negociar seus recursos naturais, jamas a Rucia colapsara por mais que dure esta gerra na Ucrânia, a vitoria da Rússia sera eminente e inevitavel, os americanos precisão forcar a Ucrânia para a vitória para em seguida faser um contrataque contra a Rússia, o engraçado é que os russos já sabem e não vão permitir. Acistiremos começar então a primeira gerra atomica na nossa raça ariana e adamica, o estreminio acontecera inevitavelmente.
A invasão extraterrestre acontecera para resgate da especie humana e outras do seu interesse e depois de tudo a vida no planeta continuara, não é possível esterminar toda vida no planeta pois as forças etericas organizarão tudo segundo a sua ordem.
Bem escrito, bem concluído.
A meu ver são na verdade três derrotas da OTAN, mas uma ainda está por acontecer. A primeira foram as sanções e a ladainha da democracia, a segunda o envio de armas e a receita para paz. Falta só a aventura de mobilizar a juventude europeia para o campo de batalha. Experimentem!
Isto parece o Lula a falar, a Rússia não tem força para enfrentar a NATO, aliás ninguém gasta tanto para fazer um ano de guerra sem vitória e a Rússia não está sozinho nisto! Vai analisar melhor!
Achei que não iria aparecer nenhum maluco. Live ótima argumento bem fundamentado. Parabens Wellington pelo trabalho