Por KontraInfo.
O Ministro das Relações Exteriores do Paraguai Julio Arriola e o Embaixador dos EUA Marc Ostfield assinaram um memorando de entendimento na terça-feira 21 de março para a elaboração de um plano mestre para a navegabilidade do rio Paraguai, projetado e executado com o apoio técnico de engenheiros militares dos EUA.
Se o projeto for adiante, Washington terá um destacamento onde os soldados americanos ficarão estacionados nas proximidades da Hidrovia. A verdade é que, uma vez instalados os soldados americanos em uma região, é pouco provável que eles se retirem. Os EUA também está avançando em conversações com o Paraguai para instalar uma base militar na área da tríplice fronteira, especificamente em Ciudad del Este.
Os Estados Unidos haviam exercido pressão no âmbito da presidência pro tempore do Comitê Intergovernamental de Coordenação (ICC) dos países da Bacia do Prata. “Ao mesmo tempo, os Estados Unidos já haviam intervindo no controle da hidrovia através da triangulação com Taiwan no envio de scanners e outros dispositivos de segurança”, explica o analista Augusto Taglioni.
No final de novembro, já havia sido realizada uma reunião nos Estados Unidos entre representantes dos Chefes do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas Paraguaias e uma equipe dos EUA para discutir a intervenção nos portos fluviais paraguaios, sendo a defesa desses portos o pretexto para a presença de engenheiros do Exército dos EUA, além do mal-estar em Washington sobre a aproximação do Uruguai com a China.
“Como vimos dizendo há algum tempo, esta é a ponta de um iceberg e agora o resto está começando a aparecer. A via navegável é uma disputa entre duas potências, como os Estados Unidos e a China. Esta é a soberania que temos que preservar”, disse o deputado provincial Hugo Sager.
Um estudo realizado em maio de 2022 pelo Eno Center for Transportation em Washington observou o interesse dos EUA: “(Os EUA) deveriam olhar com atenção para o desenvolvimento dos corredores de carga fluvial de outras nações, particularmente da China, com vistas à competitividade econômica e à segurança nacional”, diz o estudo. “Embora o tráfego de carga seja relativamente baixo, o desenvolvimento potencial nos rios Amazonas e Paraná-Paraguai representa uma ameaça significativa à competitividade de custos dos exportadores americanos. As empresas estatais chinesas estão investindo em instalações ao longo desses rios”.
“Talvez o projeto argentino mais importante estrategicamente envolvendo a China seja um contrato para dragar e operar um pedágio fluvial no corredor do rio Paraguai-Paraná, crítico para as exportações agrícolas de cinco países sul-americanos (Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil e Bolívia). Parece que a Argentina vai conceder o projeto à (companhia chinesa) Shangai Dredjing, em detrimento de concorrentes como a belga luxemburguesa Jan de Nul, para consternação dos vizinhos argentinos”, escreveu Evan Ellis, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos do Colégio de Guerra do Exército, citado pelo Comando Sul dos EUA, antes da suspensão da licitação.
O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai esclareceu que o plano é limitado a um plano soberano para um trecho de 542 km da hidrovia.
Isso tudo não passa de um plano para depor o Lula via golpe de estado com ajuda do Paraguai