
Por Geraldo Luís Lino.
Um novo relatório do Banco Mundial estabelece de forma categórica: para “salvar” a Floresta Amazônica, os estados da Amazônia Legal precisam esquecer qualquer atividade econômica como agricultura moderna, mineração ou exploração de madeira.
Em troca, o documento propõe que tais atividades podem ser substituídas pela preservação da “floresta em pé”, que valeria seis vezes mais, com atividades “sustentáveis” – armazenamento de carbono, cobertura florestal, produtos não madeireiros, turismo sustentável e serviços ecossistêmicos.
O relatório, intitulado “Equilíbrio delicado para a Amazônia Legal Brasileira – um memorando econômico”, foi elaborado por uma equipe coordenada pelo economista Marek Hanusch e divulgado em 10 de maio.
“No curto prazo, é crítico ter uma política ambiental muito forte para reduzir o desmatamento. No médio e longo prazos, no entanto, argumentamos que o Brasil e a Amazônia precisam de um modelo de crescimento diferente”, sentencia Hanusch (O Estado de S. Paulo, 10/05/2023).
“Em termos econômicos, o desmatamento é uma enorme destruição de riqueza, ameaça o clima global, ameaça a extraordinária biodiversidade e formas de vida e comunidades tradicionais”, diz ele.
De acordo com o documento, o desmatamento é um dos pilares do modelo de desenvolvimento do Brasil e da Amazônia Legal. Por conseguinte, para contê-lo e, segundo seus autores, propiciar aumento de riqueza para a população da região, seria preciso mudar o seu motor de crescimento, reduzir a expansão da fronteira agrícola (o chamado “Arco do Desmatamento”) e aumentar a produtividade da
indústria e dos serviços.
Portanto, afirmam os autores, somente um modelo de desenvolvimento baseado na “sustentabilidade” pode evitar um colapso da floresta, que teria efeitos climáticos irreversíveis.
O desplante dos autores chega ao ponto de admitir o sucesso de Mato Grosso como o estado mais próspero da Amazônia Legal, mas o apontam como um exemplo a não ser seguido: “A ascensão econômica de Mato Grosso ocorreu às custas de uma vasta perda florestal: se outros estados amazônicos seguirem o caminho histórico de Mato Grosso, as florestas da Amazônia Legal seriam, em grande parte, dizimadas, com consequências ambientais e econômicas desastrosas (Valor Econômico, 10/05/2023).”
O diretor do Banco Mundial para o Brasil, o holandês Johannes Zutt, oferece o seu diagnóstico:
“Este relatório é sobre a proteção da Floresta Amazônica, que depende fundamentalmente da implementação de políticas ambientais eficazes, e também da garantia de que as pessoas que vivem na floresta possam continuar a melhorar suas vidas. O relatório se pergunta como o Brasil pode promover um equilíbrio tão delicado? A resposta é que não (será) com o modelo atual de desenvolvimento. Porque esse modelo se sustenta da extração insustentável de riquezas da floresta, derrubando-a e convertendo-a em terras agrícolas
“Esse modelo contrapõe as pessoas à natureza, destruindo muito mais riquezas do que cria. Esse modelo continua a aproximar a Amazônia de um ponto de inflexão, após o qual a floresta perderá a capacidade de gerar chuvas suficientes para se sustentar e também não oferece muitos benefícios aos 28 milhões de residentes da Amazônia Legal.
(O Estado de S. Paulo, 10/05/2023).”
Sem surpresa, o relatório é favorável às salvaguardas ambientais estabelecidas no acordo comercial negociado entre a União Europeia e o Mercosul, questionadas pela diplomacia brasileira, além de criticar os incentivos fiscais à Zona Franca de Manaus. Para os autores, o caminho que o País deve seguir para assegurar a preservação ambiental e a melhora das condições de vida da população local é pelo aumento de produtividade da economia nacional.
Em nenhum dos relatos jornalísticos sobre o documento, encontramos alguma referência sobre como os autores sugerem que o aumento da produtividade econômica possa ser obtido sem melhorias na infraestrutura física, principalmente, de energia, saneamento e transportes, a exploração dos recursos minerais e vegetais da região e a agregação de valor a eles.
Mas, em um artigo publicado no Valor Econômico, o diretor Zutt oferece a receita para o financiamento das propostas do Banco Mundial: “Reconhecendo que um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo na Amazônia requer recursos financeiros, o relatório do Banco Mundial também oferece algumas ideias sobre como aumentar o financiamento para a conservação por meio de doadores, mercados financeiros, mercados de carbono, setor privado e instituições financeiras internacionais. Para esse fim, o Banco Mundial está intensificando o financiamento baseado no desempenho para combater as mudanças climáticas como é o caso do programa de Ampliação da Ação Climática por meio da Redução das Emissões (SCALE).”
Ou seja, submissão total das perspectivas de desenvolvimento da Amazônia Legal aos fluxos financeiros “sustentáveis” oferecidos pelas instituições das potências do Hemisfério Norte que controlam a agenda ambientalista-indigenista internacional.
E, claro, como se trata de um trabalho de tecnocratas econômicos, não poderiam faltar os números precisos sobre os valores anuais da “floresta em pé”, em contraste com as atuais atividades “insustentáveis”:
• armazenamento de carbono: US$ 210 bilhões;
• cobertura florestal: US$ 75 bilhões;
• produtos não madeireiros/turismo sustentável: US$ 12 bilhões;
• serviços ecossistêmicos: US$ 20 bilhões.
Isso dá um total de US$ 317 bilhões, seis vezes superior ao estimado pelos autores para a produção “não sustentável”.
A propensão desses tecnocratas de produzir números tão precisos, como se fosse mesmo possível estimar os valores de atividades econômicas ainda inexistentes, só tem contrapartida na pretensão dos climatologistas da linha “aquecimentista” de prognosticarem aumentos de temperaturas e níveis do mar na segunda ou terceira casa decimal, hipoteticamente “provocados” pelas emissões de carbono das atividades humanas.
Para os iludidos com o mantra da “potência ambiental” e as promessas das “finanças sustentáveis”, estudos como esse são como música para os ouvidos. Mas, para os amazônidas e os que apoiam os seus direitos a um desenvolvimento pleno e determinado de acordo com os seus interesses, constituem incômodos ruídos a serem abafados com conhecimento de causa, racionalidade e vontade política.
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Como calar críticos das bobagens identitárias:
1 – Tente confundir os ativistas com os grupos que eles dizem representar. Nem todo gay é LGBT, por exemplo, mas faça as pessoas acreditarem que ser gay é ser LGBT. 2 – Após fazer isso, use essa confusão para blindar os ativistas dizendo que criticá-los é fomentar a opressão das minorias 3 – Convença as pessoas de que as críticas aos ativistas são formas de opressão contra os grupos minoritários. 4 – Diga que o crítico não tem o direito a crítica porque ele não pertence a esse ou aquele grupo minoritário
George Soros é um dos maiores narcotraficantes do mundo.
Isso significa que, se a esquerda brasileira recebe dinheiro desse cara,
a esquerda brasileira, necessariamente, tem ligações com o narcotráfico.