Poder Judiciário cria a sua própria Polícia

Juízes se queixam da “sensação de insegurança”

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, na tarde desta terça-feira (08/09), a proposta de regulamentação da Polícia Judicial Federal, com a justificativa da garantia da segurança institucional.

O documento diz: “os assassinatos contra magistrados e servidores têm sido uma prática recorrente de organizações criminosas, na tentativa de “calar”, cometendo toda sorte de barbáries contra o Poder Judiciário. Destarte, a frequência de tais eventos vem aumentando consideravelmente a sensação de insegurança.”

CNJ se prepara para a guerra

Que ótimo momento para a criação de uma força de segurança específica para a proteção própria, não é? Justamente agora que o Judiciário prepara nova incursão contra os Executivos.

Primeiramente porque os Governadores exercem o comando das polícias e brigadas militares. Segundo, também, porque de certa maneira a Polícia Federal está submetida ao Ministério da Justiça – vinculado ao executivo federal. E não custa lembrar, também, que as forças armadas estariam submetidas à presidência da República.

Fato é que o legislativo federal também possui seus policiais legislativos, geralmente com terno e gravata, camuflados entre os jornalistas, parlamentares e lobistas. Um modelo peculiar, que antes estivera restrito aos prédios da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, agora também estará presente em todas as seções judiciárias pelo país. É isso mesmo: cada feudo se preparando para a guerra dos tronos.

Não que seja uma estrutura capaz de lidar adequadamente com uma convulsão social, mas certamente estará ali como anteparo. Ao menos enquanto os juízes despacharem diretamente dos prédios do judiciário, pisando no mesmo chão em que habitamos. Afinal, quando a coisa apertar, é certo que esses mesmos juízes irão despachar diretamente de uma sala de embarque VIP, ou mesmo de um resort assegurado por forças policiais estrangeiras. A partir de certo momento, o teletrabalho em uma sala do DEA será o único segurança pessoal adequado.

Poder Executivo na mira

Traduzindo, é a polícia destinada à proteção dos Juízes quando eles seguirem sua incursão de rasgar o voto popular, e avançar com ainda mais voracidade sobre as estruturas democráticas – as poucas que ainda restam de pé. Apenas restará saber se, ao fim, acabará ganhando atribuição de dar cumprimento às ordens judiciais. Até porque já não é novidade que o poder Judiciário e o Ministério Público devoram enquanto vivo o poder Executivo. O têm como seu alimento principal.

Há que se lembrar que uma polícia custeada pelo orçamento judiciário estará muito bem equipada – poderá destituir governadores armada com fuzis HK 417, glocks automáticas, coletes com chapa de cerâmica e, porque não, uniformes desenhados por Hugo Boss.

Será que Barbalho terá que subir em uma escavadeira com alvos pintados no peito? Ou terá o mesmo desfecho de Witzel, numa guerra branca conduzida por togados?