
São Paulo - Fachada da construtora Odebrecht em São Paulo.
Por Felipe Quintas
Diferente do que a grande mídia sempre disse, a Odebrecht nunca foi simplesmente uma “empreiteira” (como se ser apenas uma empreiteira fosse demeritório), mas um dos maiores conglomerados industriais do Brasil, 100% nacional, com um portfólio bastante diversificado.
Mais ainda: sem nunca ter aberto o seu capital em bolsas de valores, provando, assim, que não é preciso estar ligado à especulação financeira para produzir, empregar e desenvolver o país, e que, fora dela, é possível obter melhores resultados dos pontos de vista empresarial e nacional.
Criada em 1944/45 na Bahia, em plena Era Vargas e, não por coincidência, fora do núcleo industrial paulista – já bastante comprometido com interesses estrangeiros -, a história da Odebrecht acompanha os caminhos e descaminhos do desenvolvimento brasileiro.
Sim, desde que surgiu, ela se beneficiou bastante de contratos com o Estado – como qualquer grande empresa em qualquer país capitalista decente – pois é essa uma das funções do Estado, proteger e promover as empresas avançadas do seu país. JK, ACM, Medici, Geisel, Lula e Dilma, entre tantos outros governantes brasileiros que estabeleceram parcerias com a Odebrecht, não fizeram em relação a essa empresa nada diferente do que os governos dos EUA, do Japão, da Alemanha, da França e da Suécia, por exemplo, sempre fizeram com as principais empresas dos seus países.
O que os liberais fizeram então na Lava Jato? Em conluio com os EUA e para a alegria de vários outros países, usaram o Estado – mais especificamente o Judiciário e o Ministério Público, os setores mais privilegiados e improdutivos da máquina pública – para quebrarem a empresa privada mais dinâmica do Brasil.
Eles fizeram tudo o que eles dizem que os “populistas” e “comunistas” gostariam de fazer. Praticaram sem dó nem piedade o “patrimonialismo” – no sentido dado pelo liberal de más intenções Raymundo Faoro – que supostamente tanto combatem. Destruíram empregos, famílias, localidades, a projeção internacional do Brasil, tudo.
Liberalismo não é ideologia política, é arma de guerra contra a nação.
