Por Josh Del Castilho
O jornalista Glenn Greenwald, essa semana, deu um balde de água fria na esquerda tupiniquim ao lembrar aos incautos o Histórico do “New Old Hero” da turma da lacração.
Como a máquina da New Left não se faz de rogada e transforma o aliado de ontem em inimigo de hoje na mesma velocidade que a máquina bolsonarista, já saíram lembrando, de repente, do passado republicano do raparigo, e já passaram a considerar a tudo o que ele diz, agora, como indigno e sem crédito.
Sim, como não tem inocente nesse jogo, cabe algumas observações frias e desarmadas, porém com algum calço em fatos já tornados públicos já algum tempo.
Glenn foi das poucas pessoas no mundo que tiveram acesso a todo o conteúdo do vazamento do Snowden. E cabe lembrar que em 2013 o Biden era vice presidente, e um dos nomes mais atuantes na política externa estadunidense – a mesma que manteve tropas no Iraque, invadiu a Síria e transformou aquele país numa sucursal do inferno na terra, que fomentou o golpe no Paraguai e o golpe em movimento por aqui, que fomentou o lavajatismo para inviabilizar a indústria de contrução civil brasileira, e culminou com a prisão de Lula e a eleição do Bolsonaro que, sendo efeito colateral ou plano, foi o resultado direto da política externa do Mr. Biden.
Por algum motivo, que não vou entrar no mérito aqui (o Romulus Maia e o Portal Rubem Gonzalez já têm natural suficiente sobre o tema), Glenn Greenwald, literalmente, “sentou” em cima de 90% do material e só liberou a ponta do iceberg para conhecimento geral. Assim como fez com a Vazajato.
Bom, agora ele teve acesso ao conteúdo do laptop do Hunter Biden, iria publicar no The Intercept (claro que só um pedacinho, como em todas as outras vezes), mas foi proibido pelo dono, o bilionário Pierre Omydiar, e a coisa teria sido tão bizarra, que ele pediu demissão do jornal que criou.
Agora, ciente de que não tem nenhum Santo no inferno, a situação dos EUA é muito grave, o Deep State (ou o Estado dentro do Estado) puxou as cordinhas e fez de um tudo pra colocar o Biden, até renúncia do Bernie Sanders (o único com real potencial de atropelar o Trump sem dúvidas, desde 2015) em favor do Biden, rolou.
Cheguei a ver um twit do Herdeiro dos Rothschilds mandando a Ivanka Trump ir se foder (sim, um fuck you literal em contas verificadas pela plataforma) como contra argumento aos questionamentos dela em relação às dúvidas das apurações.
Trump já sabia que seria garfado, assim como Bill Clinton sabia que o Al Gore seria, em 2000. Só que Trump não quis se fazer de bobo, e já está denunciando desde antes da Pandemia. O que só ajudou a atrapalhar ele mesmo, porque o cidadão médio estadunidense tem verdadeira devoção a aquele sistema eleitoral maluco lá.
De qualquer forma, por incrível que pareça à primeira vista, Joe Biden deixa o mundo muito mais potencialmente perigoso do que Donald Trump, que tem o discurso de um leão e a coragem de uma galinha. Biden, por sua vez, como todo democrata da linha dos Clinton, tem o discurso de Madre Teresa de Calcutá, e as ações de um Idi Amim Dada (inclusive com direito a filho aspirante a ditador).
Enfim, nesse momento, pra nós aqui da senzala deles, o melhor que pode rolar é um caos político lá na casa grande. Toda aquela divisão interna que eles fizerem questão de manter os séculos e tenham exportar pra nós, que sempre fomos adeptos da miscigenação e sincretismo, tanto pela direita quando pela esquerda, toda essa divisão subiu a tona lá e está por um fio de explodir de vez, se é que já não está explodindo.
Enquanto Roma precisa cuidar do incêndio dentro de seus muros, quem sabe as colônias conseguem se reorganizar um pouco? Napoleão acabou ajudando, na independência da América Hispânica ao invadir Espanha e Portugal, porque os problemas locais são sempre mais urgentes que os de ultramar. Ou a “família real” estadunidense estaria disposta a correr para sua galinha dos ovos de ouro e deixar a poeira baixar na metrópole?