
Duvido que o Judiciário tenha coragem de decretar a prisão do Flávio Bolsonaro, o modus operandi dessa turma é outro, essa ação, se tomada, pode desencadear um belo terremoto. O Judiciário brasileiro é como a infecção oportunista, só parte para o golpe final quando o organismo está totalmente debilitado e esse definitivamente não é esse momento na trajetória do Bolsonaro.
Porém, se, por acaso, eles optarem por essa ação no momento, será o grande erro estratégico de uma quadrilha que tem se mostrado bem eficiente e azeitada no intuito de defender os interesses de quem melhor os paga. Porém erros acontecem, a história está coalhada deles, avaliações erradas normalmente ligadas a soberba tem feito na história estragos homéricos em grupos considerados sólidos, como é o caso da omertà de toga ora presente no Brasil.
Eu, particularmente, estou torcendo para que o Judiciário faça esse movimento em falso, se exponha totalmente como partido político e receba um contragolpe violento e que seja desarmada essa quadrilha que tomou conta dos destinos do país, esse seria o grande presente que agente receberia no começo de 2021.
Isso não é um libelo de defesa a Jair Bolsonaro aos seus filhos ou seu esquema de corrupção, aliás tudo isso está muito bem exposto, é a chance de podermos lutar contra o maior e mais cavernoso poder que existe no Brasil. O intocável e intocado Judiciário brasileiro hoje é a grande tragédia nacional, magistrados que moram na Flórida e que tem no Brasil apenas uma sesmaria.
De Bolsonaro e sua família nós nos livramos de forma bem fácil, todos eles são homens públicos, porém com mandato de 4 anos, diferente de um trincado e sombrio processo seletivo que não recebe e nem pode receber crivo externo, onde qualquer juiz com 23 anos de idade fica no cargo até os 75 anos.
Um verdadeiro mandato eterno de um déspota, uma eternidade onde a única ameaça a seu “mandato” seria praticar a justiça verdadeira, pois só vemos magistrados ameaçados quando praticam a magistratura com parcimônia, equilíbrio e bom senso.