Por Fausto Oliveira.
A Gerdau, líder brasileira na produção de aço, anunciou a criação de uma nova divisão empresarial para pesquisar e desenvolver novos produtos à base de grafeno. A Gerdau Graphene será dedicada à comercialização futura de produtos inovadores nas áreas de lubrificantes industriais e automotivos, borrachas, termoplásticos, tintas, sensores e materiais especiais para a construção.
“A Gerdau Graphene entra no mercado de forma singular por sua aposta em tornar a produção do material viável comercialmente e em larga escala. Vamos comercializar tanto o produto quanto o serviço e know-how em grafeno e, para isso, contamos com alianças estratégicas com parceiros globais e nacionais. Temos como primeiro cliente a própria Gerdau e suas usinas de aço, que permitem a criação e testes de novos produtos e soluções com velocidade e intimidade de aplicação”, disse Alexandre de Toledo Corrêa, diretor geral da Gerdau Graphene.
Entre os parceiros internacionais a que ele se refere, a Gerdau Graphene terá portas abertas para o desenvolvimento de produtos à base de grafeno através da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Ali, a empresa conquistou um assento permanente no Centro de Inovação e Engenharia de Grafeno, onde poucas e seletas empresas de alguns países conseguiram se instalar para pesquisar e desenvolver produtos em associação com os acadêmicos da instituição.
Entre os parceiros nacionais, a Gerdau Graphene conta com apoios dos institutos de pesquisa UCSGraphene, de Caxias do Sul; MacGraphe, da Universidade Mackenzie; e o CTNano, da Universidade Federal de Minas Gerais. Além disso, pelo menos duas empresas privadas têm associação firmada com a divisão de grafeno da Gerdau, uma delas é a Baterias Moura e a outra a SKF do Brasil. As potencialidades são especialmente interessantes no que diz respeito à Moura, visto que segundo o anúncio da Gerdau a ideia é desenvolver aplicações de armazenamento otimizado de energia.
O grafeno é considerado um dos materiais do futuro porque apresenta excelentes propriedades mecânicas, térmicas e elétricas, mas não apenas por isso. O grafeno pode ser usado para a composição de polímeros especiais que recebem apenas uma fração de grafeno em sua cadeia química e passam a incorporar algumas de suas propriedades.
Publicado em Revolução Industrial Brasileira em 26.04.2021.