Por Felipe Quintas.
Sendo a democracia a pedra angular do regime político pós-88, as eleições o seu evento máximo e a urna eletrônica o seu principal instrumento desde 1996, questionar a lisura das urnas significa colocar em xeque todo o sistema político da Nova República.
Por isso os únicos beneficiários dessa ordem – as oligarquias partidárias nacionais e a plutocracia financista ligada diretamente ao PSDB e indiretamente ao PT – estão em desespero. Pela primeira vez o jogo de cartas marcadas deles, voltado tão-somente para a pilhagem sem tréguas do país, começa a ser seriamente questionado.
Lamentavelmente, mas não surpreendentemente, é o bolsonarismo, que nada tem de melhor a propor, quem toma a dianteira de criticar e questionar um regime falido, decadente, estéril e que se degenera e descola da realidade a olhos vistos – exemplo dessa degeneração e alheamento da realidade é se discutir seriamente fazer de uma eventual posse do Lula um baile funk com Tati Quebra Barraco, para celebrar a “democracia”.
Como de costume, o “ardil da história” decepciona aqueles que confundem seus desejos e fantasias particulares com o “sentido histórico”.