
Por Rubem Gonzalez
Não, não era metáfora não, porque eu vi o Lula ao vivo na televisão falar naquela picanha com aquela gordurinha e aquela cervejinha geladinha, não houve metáfora nenhuma não, foi linguagem precisa e objetiva.
A realidade é que o Brasil nunca saiu do mapa da fome, diminuiu efetivamente o caos que existia antes, porém não houve melhoria significativa nenhuma da sociedade como um todo, hoje vejo de forma crítica tudo o que aconteceu no governo Lula, nenhuma mudança estrutural, nenhuma mudança de base, quando a Noruega foi bafejada pela sorte das commodities do petróleo, fez um fundo soberano e hoje explora outros países para manter o padrão de vida do seu povo.
A explosão das commodities no Brasil serviu para encher o rabo dos banqueiros de dinheiro dos políticos de corrupção e desvios, e para o povo mesmo ficaram algumas migalhas, nada mais do que migalhas.
Entramos em aventuras de Copa do Mundo e Olimpíadas que hoje eu vejo como um erro, não erro a ponto da sabotagem depois da contratação, mas o erro anterior, de querer um protagonismo mundial que nunca existiu.
O Lula é fascinado por um palco internacional, adora isso, já está ameaçando nomear a tal da Sônia Guajajara, ou “Soninha do Itaú” para os íntimos, como ministra dos povos originários, ainda criou a falácia e a fantasia de chamá-la de líder inconteste, quando a própria tribo Guajajara não reconhece nela nenhum tipo de liderança.
Mais uma tentativa de protagonismo do Lula, que adora nomear o primeiro negro, a primeira mulher, o primeiro trans, o negócio do Lula para satisfazer o seu ego é fazer isso, criar falsos protagonismos, enquanto a ratalhada dilapida o patrimônio público, as estatais viram cabides de políticos e o povo fica com as sobras e as migalhas.
Voltando ao exemplo norueguês, podemos ver a nossa volta o que o bum das commodities nos deixou: obras superfaturadas inacabadas, promessas não cumpridas, investimento bilionário no Pré-Sal para o próprio governo do PT entregá-lo de mão beijada aos abutres internacionais liderados pelo agora aliado José Serra.
Esse governo já vai começar com a sina e o selo do fracasso, fracasso esse estudado minuciosamente por nossos aliados traidores do Norte, se você quer entender o que os Estados Unidos podem fazer com o Brasil é só reparar no que eles fazem com a Europa, se fazem isso com quem consideram iguais, imagina com os brasileiros, que eles não consideram nem gente.
Os próximos anos desse governo parecem ser catastróficos, Lula de rainha da Inglaterra, viajando pelo mundo, mostrando para todos como cada um pode dar uma foda no Brasil, enquanto o Geraldo Alckmin, com sua experiência ímpar em foder a vida de funcionários públicos e de trabalhadores, fica por aqui dando o tom do jogo.
Não é à toa que lá fora mandaram soltar o Lula e reconduzi-lo à Presidência, corriam o risco, mesmo que pequeno, de aparecer algum político de verdade para substituir o não menos ignóbil governo de Bolsonaro, um governo de costas para o povo e de frente para o balcão dos banqueiros.
Diga-se de passagem, uma prática consagrada há 40 anos, desde 1982, quando o Brasil pegou 400 milhões de dólares no FMI, no governo Figueiredo, o país colocou a pedra fundamental da sua lápide, os governos da Nova República aprofundaram esse quadro caótico ao máximo, endividaram o Brasil a um nível que hoje é impossível o país sair do atoleiro que se encontra, pagando quase 6 bilhões de reais de juros por dia.
Mas nisso ninguém fala, o melhor mesmo é ficarmos discutindo a volta da picanha, da cerveja, dos direitos identitários e da quantidade infinita de merda que o Lula ainda vai falar em seus discursos.