A Argentina está prestes a licitar a Hidrovia Paraná-Paraguai, que faz a ligação entre esses dois importantes rios da Bacia do Prata e por onde passam nada menos do que 80% das exportações agrícolas daquele país. Uma das empresas mais cotadas para abocanhar a licitação é a estatal chinesa Shangai Dredging Company.
A importância estratégica da hidrovia sobressai-se não só pelo fato de estar no centro da Bacia do Prata, mas por poder ser estendida até a o município de Cáceres, no Mato Grosso. O trecho licitado chega a 1.300 quilômetros.
O negócio entre Argentina e China deve prosperar por diversas razões: primeiro, porque a China está a investir em projetos de infraestrutura em países exportadores de alimentos, integrando-as à sua iniciativa de consolidação da Nova Rota da Seda. Em segundo, diante da fragilidade da economia argentina, ela se encontra em uma relação de dependência diante da China, o grande investidor externo no país.
Uma pena pois tal projeto poderia ser executado pelos países da região, com presença brasileira nos investimentos. Entretanto, depois da devastação promovida no setor de engenharia nacional promovida pela Lava Jato, seguida da contração diante da pandemia Covid-19, o Brasil encaminha-se para manter uma relação de fragilidade diante dos apetites chineses. O esforço para reverter esse cenário seria hercúleo.
Com informações do Portal KontraInfo.