Assustado com a onda de identitarismo que varre o Ocidente e parte de suas zonas de influência (como o Brasil), o papa Francisco criticou a “cultura do cancelamento”, que busca, entre outras coisas, reescrever a História de acordo com ideologias pós-modernas e o politicamente correto. A declaração foi dada durante encontro com diplomatas no Vaticano na última segunda (10/1).
O mais recente episódio que assustou o pontífice foi um rascunho do manual de comunicação da União Europeia que sugeria, vejamos só, não utilizar o termo “Natal” para se adequar ao politicamente correto de movimentos identitários europeus (sabe Deus o porquê dessa necessidade).
Para o Vaticano, o manual representava uma tentativa de “cancelar as raízes cristãs da Europa”. Posteriormente, a publicação foi recolhida para “revisão”.
Papa Francisco também alertou que o identitarismo tem gerado uma “forma de colonização ideológica, que cerceia a liberdade de expressão, invadindo muitos círculos e instituições públicas”.
Ainda segundo o chefe da Igreja Católica, a cultura do cancelamento praticada pela esquerda identitária ameaça “anular a identidade” dos povos “sob o pretexto de defender a diversidade”, incorrendo na “formação de um pensamento único que tenta reescrever a história com base em valores da atualidade” – ou seja, um completo irracionalismo anacrônico.
Além disso, os identitários também estariam ajudando a criar “uma mentalidade que rejeita os fundamentos naturais da humanidade e as raízes culturais que constituem a identidade de muitos povos”.
Nos países ocidentais, a cultura do cancelamento praticada pela esquerda identitária tem levado a episódios de destruição de estátuas de heróis nacionais e mudanças de nomes de instituições centenárias. Ademais, a disseminação dessa ideologia disruptiva tem gerado fortíssimas tensões políticas e dividido radicalmente as sociedades. Há quem diga, por exemplo, que nos Estados Unidos o divisionismo gerado pelos identitários chegou a um ponto de não retorno, devendo ocasionar uma guerra civil muito em breve.
No Brasil, o identitarismo e o politicamente correto também têm crescido, ainda que em menor nível, por conta das características do povo brasileiro, que é majoritariamente hostil a esse tipo de ideologia esquerdista. Ainda assim, temos visto episódios lamentáveis oriundos desse caldo ideológico alienígena, como ataques a estátuas dos bandeirantes, a promoção da linguagem de gênero neutro (“bom dia a todes!”) e a fabricação de polêmicas artificiais em torno de questões identitárias em cenas do Big Brother Brasil.
Atualmente, Rede Globo, portal UOL e PSOL são os principais vetores de disseminação da cultura de cancelamento em solo brasileiro.
Com informações de agências internacionais