A escalada da taxa básica de juros do Banco Central, oficializada pelo aumento de 1,5% na reunião do Conselho de Política Monetária (COPOM), provocou reação da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em nota publicada pela entidade.
“O novo patamar da Selic incomoda, e muito, já que a inflação que visa combater não apresenta um perfil condizente para um tratamento exclusivo via aumento dos juros”, diz a nota. De fato, a alta dos preços é ocasionada por um choque de preços não decorrente de uma grande demanda interna, mas da alta de preços dadas em dólar, no setor de combustível, energia, alimentos etc.
Na verdade, a alta dos juros no Brasil acompanha pari passu a indicação de alta dos juros nos Estados Unidos. O que, por sua vez, se relaciona com o deflação de ativos financeiros em nível global, caracterizada pelo fim do período de alta na Bovespa, do Bitcoin, dentre outros fenômenos correlatos. Depois de alguns anos, abre-se espaço para a renda fixa como alternativa ao risco nos mercados.
“Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) as questões conjunturais, em geral de curto prazo e que definem as ações monetárias do Banco Central (BC), não devem sobrepor-se às razões estruturais que influenciam a economia nacional. Muito mais que o BC e o Tesouro, são os poderes da República e a sociedade que devem dar as diretrizes visando o interesse comum do desenvolvimento nacional”.
Nesse sentido, cremos ser alvissareira a menção ao “desenvolvimento nacional” como forma de se ir além da mesma cartilha do COPOM, no sentido de recompor uma orientação por um pacto entre os setores produtivos, pois, qualquer que seja o próximo presidente, não poderá fazer política social sem um esteio no crescimento econômico.