Por Darc Costa, engenheiro, consultor professor e ex-vice presidente do BNDES.
Autor de “Fundamentos para o Estudo da Estratégia Nacional“.
Não houve sintonia, no século XXI, entre os pensadores do Brasil, na hora de definir o que seria um projeto de longo prazo para o país. Faltou uma visão geral, pelo fato de que as ideias destes intelectuais encontram-se encapsuladas dentro dos seus nichos próprios de interesse e estão muitas vezes também presas aos discursos do que se diz politicamente correto, ou a medidas emergenciais. Diferentemente da primeira metade do século passado, os intelectuais pensadores de Brasil não conseguem pensar holisticamente ficando presos a particularismos. Podemos dividi-los em quatro grupos:
1- Os sociólogos da inclusão, que compreende aqueles que consideram que a principal responsabilidade do Estado é com a inclusão social e regional. Entram aí sociólogos de esquerda, movimentos sociais e toda aquela legião de pensadores que, até recentemente, haviam divulgado que o Brasil estava se transformando em um país relativamente menos injusto. E que não admitem o retrocesso de nenhum direito conquistado.
2- Os economistas do Estado indutor, que definem uma política de câmbio mais agressiva, com maior desvalorização da nossa moeda, menor rigor fiscal, maior tolerância com a inflação e com a prática de juros mais baixa. Com diferentes ênfases nestas ações, mas, com convergência no ataque aos recentes apelos ao ajuste fiscal, são encontrados nos cursos de economia ligados à Unicamp e à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A Unicamp vai além, defendendo um desenvolvimentismo social.
3- Os economistas do Estado condutor, que também defendem uma política de câmbio mais agressiva, com mais desvalorização do real. São também críticos em relação à política monetária, contra os juros altos, mas entendem ser importante a ação do Banco Central na utilização da taxa de juros para o controle inflacionário, defendendo limites para os gastos públicos, acompanhando a inflação e o crescimento do PIB. Enxergam salários como componente de produtividade e defendem gastos públicos para investimentos, não para despesas correntes. Estão mais presentes na EE-FGV de São Paulo.
Entre os economistas do Estado, tanto aqueles do indutor como os do condutor, existem ainda aqueles que propõem políticas fiscais contra cíclicas – isto é, que sejam restritivas em tempos de crescimento e expansivas em tempos de recessão, mas sem engessar a política fiscal.
4- Os desenvolvimentistas, onde se incluem herdeiros das tradições do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) dos anos 50 e dos formuladores dos Planos Nacionais de Desenvolvimento que acreditam que um país só se realiza se dispuser de um projeto nacional. Neste se juntam políticas industriais, diplomacia, defesa, industrialização, uso estratégico do mercado interno, parceria com grupos nacionais, tudo resultando de um planejamento de Estado, coercitivo para o setor estatal e indicativo para o setor privado. Para esses, a questão social vai para segundo plano, como uma espécie de decorrência natural do desenvolvimento industrial. Não por outro motivo, a fase de industrialização brasileira – especialmente no período militar – foi marcada por uma grande concentração de renda.
Nenhum desses grupos, hoje, individualmente, consegue definir um modelo sistêmico de desenvolvimento que possa resultar em um exitoso Projeto Nacional. Todavia, a partir da década de trinta do século passado, isto foi possível. Industrialização, urbanização e integração do território nacional eram os eixos daquele projeto, acompanhados pela intervenção estatal na economia, toda vez que o setor privado se demonstrasse incapaz de vencer os gargalos que a economia apresentava. Este projeto foi razoavelmente bem sucedido até 1980.
Muitas fórmulas vitoriosas nos 50 anos posteriores a 1930 não seriam mais únicas em um país que encontrou a importância da melhor distribuição de renda como fator de construção da cidadania e do mercado interno. Mas, seu macro conceber não deve ser tido como perdido no tempo. A indústria ainda é o motor do desenvolvimento. A urbanização traz consigo mais gastos sociais. A integração do território gera infraestrutura e vice versa. A ação estatal na economia é instrumento central para o desenvolvimento das nações.
Assim sendo, há alguns pressupostos para o desenho de um novo projeto de país, uma espécie de roteiro, que são premissas que se apoiam no passado buscado, inclusive no passado recente, que se refletem no presente e se projetam para o futuro.
O primeiro é que se constituiu, ao longo dos últimos anos, uma enorme dívida pública que inviabiliza qualquer ação estatal que necessite de investimentos e que poderia ter êxito na solução dos entraves para promover o desenvolvimento do país;
O segundo é que no século XXI houve uma melhor distribuição de renda, que resultou da aplicação de políticas sociais, possibilitada, também, pela melhor relação de trocas no comércio internacional, que elevou o preço das commodities.
O terceiro é o fato de o país ter integrado ao litoral significativa parcela de seu interior, tendo até deslocado sua capital federal a mais de 1000 km da costa;
O quarto é que o Brasil conta com uma indústria, ampla e diversificada, a mais completa do Hemisfério Sul e da América Latina;
O quinto é o Brasil ter se transformado em um país urbano. Mais de 84% de sua população vive em aglomerados urbanos e mais de 45% mora em grandes metrópoles;
Analisemos um a um esses pressupostos:
1- O Brasil possui uma enorme dívida pública
Toda a orientação da política econômica recente tem sido no sentido de criar o impossível, ou seja, criar as condições de se honrar a enorme dívida pública, contraída ao longo dos anos e maximizada no último quarto de século. Esta enorme e impagável dívida pública deveria, ao invés de se tornar um impedimento ao exercício da ação estatal, via ajuste fiscal e cortes orçamentários, ser vista como um elemento promotor de investimentos, pela sua ordenada e planejada alocação na atividade produtiva. Esta modificação de enfoque é a chave para o sucesso de qualquer projeto de longo prazo para o Brasil.
Os instrumentos fundamentais para a construção desta enorme dívida pública foram, nos últimos anos, as sucessivas desonerações do capital acompanhadas por uma política econômica que não enfrentou as questões do câmbio apreciado e dos juros escorchantes. Mantém-se um errôneo modelo, em que se deixa liberdade para o capital e que pratica a mais alta taxa de juros do planeta. A liberdade e os juros atraem capitais voláteis que promovem a apreciação cambial e a perda de competitividade da produção interna.
Por isso, a construção de um projeto nacional exige câmbio competitivo e controlado, uma nova política monetária que traga os juros aos níveis internacionais e a troca da lógica da atração da poupança externa pela enorme poupança interna, que será liberada pela conversão da divida pública em investimentos.
2- O Brasil precisa melhor distribuição de renda
A primeira década do século XXI demonstrou que a melhoria na distribuição de renda, através de políticas sociais, pode ser uma peça importante no processo de desenvolvimento do país. Contudo, ela tem de ser permanente e baseada em fatores internos.
A valorização constante do fator trabalho no processo produtivo deve ser buscada através de uma política que valorize o emprego, o salário mínimo e as relações trabalhistas. Este é um instrumento importante de distribuição de renda.
Contudo, o elemento central para a melhoria permanente na distribuição de renda é a construção de um sistema educacional que garanta, no mínimo, uma década e meia de bancos escolares à população e que vocacione a maior parte dos formandos para as ciências naturais e engenharia. A reformulação de currículos, a valorização do magistério, o fomento à pesquisa científica têm de serem pilares neste modelo a ser criado de educação em massa. Montar uma economia não dependente da mão de obra barata para ser bem-sucedida, exige um novo tipo de trabalhador, um trabalhador educado e com maior renda.
3- O Brasil precisa integrar seu território
Todo o esforço de construção da infraestrutura do Brasil, do último século, foi incapaz de prover acesso dos meios modernos de logística à metade do território nacional. Isto se deve, entre outros fatores, ao desprezo ao planejamento da ocupação do território, à não priorização de recursos para a infraestrutura e à excessiva prioridade concedida ao modal rodoviário.
A formação da infraestrutura, seja a social, aquela que envolve ações nas áreas de educação, saúde, segurança e saneamento, seja a econômica, vocacionada para energia, transportes e comunicações requerem, necessariamente, planejamento de longo prazo e a elaboração detalhada de projetos de engenharia. Mas requer, antes de tudo, a elaboração de um plano de ocupação do território, que envolva desde ações de ordenamento territorial até políticas de ocupação fundiária.
Dentre essas ações deve estar presente, com destaque, o planejamento da integração física do Brasil com os demais países da América do Sul e sua inserção mais logisticamente apoiada no comércio mundial.
4- O Brasil conta com uma indústria
Em síntese, o Brasil conta com uma indústria, mas não é um país industrializado. Um país é industrializado quando sua população participa no uso fruto dos bens produzidos por essa indústria. Grande parcela da população brasileira não tem acesso aos bens industriais produzidos no Brasil. A começar pela sua casa, a casa própria. Temos de continuar industrializando o país.
A industrialização do Brasil foi feita de forma progressiva e desbalanceada, em ciclos, sendo que o seu último grande movimento se deu faz meio século, provocado pelo segundo PND, no setor de bens de capital e insumos básicos. Isto resulta, hoje, numa indústria que necessita ser modernizada para ser mais competitiva internacionalmente. Além disso, houve permanentemente um incentivo à indústria metalomecânica, em especial ao seu ramo automobilístico, que colocou esta atividade como a determinante na formação do produto industrial. Tem-se de incentivar setores que formam a moderna capacidade industrial de um país, quais sejam o eletroeletrônico, o de química fina, o de biotecnologia, dentre outros, de forma a balancear melhor o produto industrial.
Uma das peças centrais de qualquer projeto de industrialização são as vantagens competitivas estáticas do país. E uma dessas principais vantagens, com que conta o Brasil, é o mercado interno, a capacidade de gerar massa crítica, ganhos de escala, para assim permitir a busca do mercado internacional. A essas vantagens cabe agregar outras, vantagens comparativas tidas como dinâmicas, que resultam do planejamento, da formação de blocos de capitais e principalmente da ação estruturada do Estado.
5- O Brasil é um país urbano
Urbanizar vai muito além de se colocar gente nas cidades. Significa construir moradias, mecanismos de suporte como escolas e hospitais, de convivência como praças, de lazer como cinemas e teatros, de segurança como delegacias, fornecer transportes públicos que adequem deslocamentos, e, fundamentalmente, prover infraestrutura social que dê saúde, educação e saneamento básico.
O Brasil colocou gente nas cidades como atestam as favelas, os cortiços e os mocambos. Entretanto, não urbanizou o país. Muito deve ser feito na urbanização do país, de forma a se vencer a imensa desestruturação urbana, que se vê nas cidades e metrópoles do país. Isto requer planejamento urbano e um programa de construção civil de moradias, que se encaixe no conceito moderno de formatação de cidades.
Tem de se dar a saúde um tratamento prioritário nas políticas urbanas valorizando a medicina preventiva e o conceito de médico de família, promovendo-se o conceito de esferas crescentes de especialização nas clinicas e unidades hospitalares.
Parte central de qualquer urbanização é a construção da coesão social. Tem que se estabelecer limites a um grupo que se coloca como humanista, sempre disposto à defesa dos direitos universais individuais, mas que atua deslocado de nossa cultura, copiando padrões comportamentais que dizem ser universais. Esses humanistas atuam no que dizem ser politicamente correto, promovem mudança de costumes, liberalização sexual, igualdade de gêneros, descriminalização das drogas, e um conjunto de medidas que atendem a reclames de minorias e que afeta um público restrito ao seu meio. Mas é necessário fazê-los entender que a democracia é o governo da maioria e que eles têm de ir muito além, endossando todas as medidas que possam promover a massificação dos direitos civis.
Urbanizar vai muito além de deslocar pessoas do campo para a cidade. Urbanizar é dar a essas pessoas emprego, educação, saúde, segurança e uma boa moradia provida de água, esgoto, energia e dos meios modernos de convivência social.
5- O Brasil no mundo
Todos os pressupostos acima dizem respeito à vertente interna de um projeto nacional. A inserção internacional do país – a conquista do mercado externo, seja política ou econômica – necessita de uma estratégia geopolítica e de um conjunto de ações diplomáticas.
Ações planejadas são necessárias para a conquista de novos mercados, para montagem de grandes parcerias no mundo, para atração de investimentos. Exemplos de ações bem sucedidas e praticadas recentemente pela nossa diplomacia foram a investida brasileira na África, a constituição do Banco dos BRICS e a constituição da UNASUL.
Dispor de um bom aparato dissuasivo de defesa, investir em tecnologia militar, ter uma indústria moderna e diversificada produtora de material bélico, ganhar total autossuficiência energética, já que possui a alimentar, praticar o soft power com vizinhos e países menores, divulgar amplamente nossa cultura, tudo isto faz parte da constituição dessa estratégia que lastreia a vertente externa de um Projeto Nacional.
Concluindo, o Brasil tem como vantagens comparativas estáticas amplas recursos agroindustriais e minerais e um mercado de consumo crescente, além de uma cidadania mais exigente, que vem cobrando políticas nacionais para todos, como na saúde e na educação. Esse deve ser o ponto de partida para identificar as vantagens competitivas dinâmicas, sua priorização, para a elaboração de um bem sucedido Projeto Nacional.
A menor distância entre quaisquer dois pontos é uma reta. Então esse mapa é obviamente o que seria um plano macro. Claro que na realidade é preciso levar em conta o relevo, cidades, reservas ambientais e outros fatores. Seria mais como aqueles famosos mapas que os japoneses fazem usando fungos (rede neural).
Sobre a integração regional. Acredito que seja possível fazer integração (ferroviária e rodoviária) até com o México. Sobre a América do Sul seria preciso o Brasil trabalhar com três eixos de integração. 1. Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e Colômbia). 2. Brasil, Peru, Equador, Colômbia. 3. Brasil, Argentina e Chile. Obviamente o Paraguai e a Bolívia precisam ter conexões com os eixos 2 e 3. O Uruguai encaixa-se no eixo 3.
Assim que tiver tempo gostaria de fazer observações sobre quase todos os pontos.
Não gosto de ser do contra, mas vou começar falando sobre o principal problema para fazer qualquer coisa desse tipo no Brasil, os Municípios (mais de 5.000). Embora existam muitos governadores corruptos e incompetentes é nos municípios que tudo trava.
Meu município não tem nenhum terreno público, o prefeito “privatizou tudo”, na verdade deu aos amigos dele e a prefeitura continua com as contas no vermelho. Meu município não tem praticamente nenhuma praça, não tem nada do que deveria ter e se quiser construir agora vai ter que desapropriar. [Infelizmente não é um exemplo fictício]
O prefeito é tão bandido que criou falsos contenciosos com os municípios vizinhos só para tentar livrar-se das responsabilidades sobre determinadas localidades. A demarcação das fronteiras é recente, por isso não restam dúvidas sobre as fronteiras.
Outro problema é a formação de favelas e cortiços (casas partidas em diversos pedaços, muito inferiores ao “lote mínimo”) por causa do valor alto do metro quadrado. Um bairro que deveriam morar só 2.000 pessoas vivem mais de 12.000. Na minha cidade os caras constroem prédios de três até cinco andares na beira de um rio. Outro dia desabou um de cinco andares na beira de uma lagoa.
Nem sabia que ainda existiam engenheiros no Brasil, infelizmente o que mais vejo é coisa absurda sendo feita por pedreiros. Os brasileiros criaram uma nova moda de usar “canos no lugar de colunas”.
Cemitérios e Lixões municipais são uma coisa bizarra, não obedecem nenhuma lei ambiental. Inclusive o cemitério é perto de uma lagoa e o lixão é perto do rio. Outra coisa bizarra da minha cidade são os açougues na beira do rio. O rio é um esgoto a céu aberto.
Pessoalmente acredito que a maior parte do esgoto no Brasil é despejado “in natura” (sem tratamento algum). Fazer captação de agua na zona urbana é simplesmente impossível.
A minha rua é apenas para “trânsito local”, mas aqui passam até caminhões transportando pedras ornamentais para exportação. [A autarquia municipal de trânsito praticamente só trabalha no centro do município]. Ironicamente nem é uma rua tão esburacada, já que é melhor tampar os buracos do que colocar asfalto de qualidade adequada.
O Brasil exporta pedras ornamentais é não bens com valor agregado. O Brasil exporta Honey (simplesmente enfiam o mel num tambor azul com a palavra Honey) e não Mel, com valor agregado.
Deveriam ter usado a maior parte da zona rural para fazer “expansão urbana”, mas não tem planejamento nenhum. A zona rural aqui é bizarra, simplesmente desmataram uma montanha para plantar coisas que nem são compatíveis com o clima. Na verdade acho que o terreno é que e ruim para agricultura, nem as lavouras de subsistência vão para a frente.
As reservas ambientais municipais praticamente não existem, basta aparecer alguém interessado e o prefeito entrega para fazerem condomínios de luxo. [Em todos os municípios desse estado é assim].
Os ricos adoram morar perto da natureza, mas odeiam os animais. Realmente as elites brasileiras são complexadas.
Sobre os sociólogos da inclusão existem dois grupos.
A turma do FHC que defende que “depois que a economia crescer” vai ser possível distribuir renda. Na verdade eles não querem distribuir renda, só não dizem isso abertamente.
A turma do PT que defende “crescer distribuindo renda”.
Sobre os desenvolvimentistas “coercitivo para o setor estatal e indicativo para o setor privado”. Seria aquele negócio de chamar os empresários brasileiros e perguntar se eles querem investir em determinado setor, recebendo incentivos, e se ninguém quiser o estado é que investe?
A valorização trabalho é um problema. As elites brasileiras odeiam o povo, não querem um forte mercado consumidor interno, só querem exportar comodities. Nossa elites continuam com uma mentalidade escravocrata.
Sobre valorizar as ciências naturais e a engenharia parece correto, mas tem uma pegadinha. As ciências humanas precisam fazer parte de qualquer projeto nacional. Pode ser uma participação importante, ou até pequena. O que eu quero dizer é que OS IDENTITÁRIOS PRECISAM SER EXPURGADOS. Os golpistas da laja jato eram todos da área de humanas.
A função do pessoal das humanas seria justamente combater o COMPLEXO DE VIRALATAS. O Brasil gastou uma fortuna (bilhões) formando gente só para servir como mão de obra qualificada em outros países. Obviamente um certo nível de perdas é aceitável, sempre vai existir vira-latas. O problema é que o Brasil perdeu muita gente qualificada por causa da crise e do Golpe. Isso sem falar nos engenheiros que foram para Miami virar garçons, coisa que a revista Veja até noticiou como algo positivo.
O Brasil também precisa de arqueólogos, antropólogos, sociólogos e etc… com boa formação, nem que seja em pequena quantidade. Esses que foram doutrinados pelos gringos ou trabalham para ONGs são inimigos do Brasil. Justamente eles é que tem que dizer como fazer a integração dos índios.
O ciência sem fronteiras foi desperdício, ele foi feito para reduzir o complexo de vira-latas, mas só serviu para aumentar e contaminar os estudantes com o identitarismo das “grandes universidades estadunidenses”. O Brasil deveria ter trazido professores de fora e investido na pesquisa (todo o dinheiro da pesquisa foi para os identitários e o resultado é obvio).
Ainda que seja preciso manter esses programa de bolsas no exterior seria preciso cortar os países que fazem cooptação. Não estou falando em fechar o país.
As ONGs também fazem cooptação. O pessoal melhor eles levam para eles e o lixo eles doutrinam com identitarismo e deixam por aqui mesmo.
Sobre a integração do território nacional, ela tem que ser feita, mas levando em conta os impactos ambientais. Sem as chuvas da Amazônia o Brasil vai virar um enorme deserto.
O estrago que os golpistas da lava jato fizeram na indústria nacional foi enorme. Fabricar tranqueiras é fácil, levar a nossa indústria para o “próximo nível” vai ser complicado. O Brasil tem muitas maquiladoras e a nossa elite não gosta de “correr riscos investindo em produção”, preferem apostar na Bolsa.
A USP deveria ser varrida do mapa, a maioria dos economistas de lá trabalham contra o Brasil. A elite paulista depois de perder duas vezes para o Vargas, em 1930 e 1932, criou aquela abominação para que manter a elite com uma mentalidade atrasada. Todos são viúvas da velha república que acabou em 1930.
Para conseguir tirar o Brasil dessa situação é preciso PRIMEIRAMENTE combater o complexo de vira-latas, o que vai ser complicado e vai irritar muitos os gringos. Coisa praticamente impossível de fazer já que na direita só tem fascistas com complexo de vira-latas e na esquerda só tem identitários (também vira-latas).
Sobre a valorização dos professores é realmente algo necessário. O problema é que no Brasil a mão de obra especializada não é respeitada. Todo mundo “é especialista em tudo”, por isso que 99% das construções são projetadas por pedreiros.
Aqui no meu estado o concurso para professores é uma piada, não pela facilidade sim pela dificuldade. Exigem conhecimento em todas as matérias, sendo que deveriam exigir apenas na área de especialização. Aumentam a dificuldade para reprovar todo mundo e depois contratam como professores temporários, que ganham menos e não tem férias remuneradas (contrato de onze meses). A valorização dos professores precisa ser real.
Outro problema é com o aparato repressor do estado. Os golpistas da lava jato (juízes, promotores, delegados e policiais) acham que “o deles está garantido”, só querem saber de ir para Miami todo ano. Eles não se importam com o futuro do país. O certo mesmo seria dar uma dura publicamente e ameaçar (com coragem para fazer) cortar os privilégios aristocráticos deles. Os caras da operação “carne fraca” deveriam ir desfilar na Sapucaí com uma melancia no pescoço, fazem de tudo para aparecer. Algumas pessoas fazem qualquer coisa para aparecer na Globo Golpista.
Essa é a diferença entra a esquerda trotskista e a esquerda stalinista. Os trotskistas acham que bastaria trocar a PM do Rio por uma milicia trotskista que a questão da segurança pública estaria resolvida. As milicias de direita do Bozo não resolveram nada e não acredito que as de esquerda fariam muito diferente. A esquerda stalinista acredita que é só questão de fazer a PM do Rio cumprir a lei (não fazer grupo de extermínio, não matar cidadãos aleatórios para “mostrar serviço”). Esse negócio de “mostrar serviço” cometendo atrocidades é uma violência colonial, uma forma de opressão na verdade medieval.
SEGUNDAMENTE o Brasil precisa de uma política de controle de natalidade, como fez a China. O problema é que a esquerda é contra, pois foi doutrinada pelos identitários (democratas) e defende a libertinagem. O problema é que a direita foi doutrinada pelos hereges protestantes estadunidenses e defende o “crescei e multiplicai-vos”.
Os miseráveis tendo dezenas de filhos e os ricos 1(um) ou nenhum é uma conta que não fecha.
Os gringos já falam abertamente em liquidar metade da população. “Eliminar os pobres para eliminar a pobreza”. Aquela coisa “idealizada pelo cinema” do jovem sair de casa aos 18 (dezoito) ou até antes e conseguir comprar a própria acabou, aquilo só funcionava quando a economia estava absurdamente aquecida. Nem sei se aquela realidade realmente existiu para a maioria da população deles algum dia, por isso nem se pode considerar como um “modelo de sociedade”. As grandes universidades estadunidenses sempre foram para poucos.
Na Inglaterra por exemplo tem gente que até acumula patrimônio por causa da baixa natalidade. Não acredito em “meritocracia hereditária”. Não vejo “mérito” num sobrinho neto que uma pessoa nunca viu na vida herdar todo o patrimônio da família.
Pensei em algo quando lia o texto sobre a Anitta e como encaixa no assunto vou comentar aqui.
5 – A palavra “urbanização” tem diversos significados.
Aqui no Brasil basta passar um asfalto, colocar agua, luz, esgoto e a favela está “urbanizada”. No caso da favela “urbanizada” desabar por causa das chuvas? Mais sorte na próxima encarnação.
Um dos maiores problemas dos engenheiros no Brasil sempre foi fazer os prédios de qualquer maneira e ignorar o “estilo da cidade”, por isso a maioria das cidades são simples amontoados. Acho que arte também é importante e para “certas coisas” é preciso ser perfeccionista.
6 – Sobre a inserção do Brasil no mundo. Acredito que o Brasil deve ser um dos protagonistas na luta contra as mudanças climáticas, inclusive compartilhando tecnologia com outros países (Cooperação Sul-Sul). As mudanças climáticas tendem a piorar a situação de “inchaço” das cidades e tendem a intensificar os fluxos migratórios (internos e externos). As mudanças climáticas contribuíram até com a Guerra Civil na Síria. No Brasil a Globo Golpista escondeu a seca em São Paulo por causa das eleições (2014), só falaram depois que o PSDB tinha ganhado a eleição.
Mais alguns pontos levantados no texto sobre a Anitta que valem a pena aprofundar.
A questão da “política de remoção de favelas”. Foi realmente demonizada no meio acadêmico. Agora a solução para tudo é “urbanizar” a favela. Sendo que muitas pelo alto risco de desabamento nem poderiam ser urbanizadas. Não sou contra fazer remoções, mas é preciso fazer de maneira planejada e sempre com finalidade humanitária. Levar o pessoal para um lugar melhor (sem risco de desabamento), por exemplo. Sempre levando em conta os interesses dos moradores.
Muita gente na direita é desumana, querem “fazer com os pobres brasileiros o que os sionistas fazem com os palestinos”, simplesmente expulsar ou jogar para outra favela como fizeram no Brasil do século XX. Tem uma favela especifica no Rio de Janeiro – RJ que simplesmente entregaram o terreno para um empresário que queria o terreno e jogaram os moradores em outras favelas. A política de remoções foi demonizada com motivo, isso deve ser pontuado.
Existem favelas onde a maioria da população é de bandidos? Sim existem. Nunca fui no Rio de Janeiro, mas ouvi falar de uma tal Nova Holanda onde é cheio de ladrões de carga. Na minha cidade tem uma favela “entre duas pistas importantes” que só mora a turma do semáforo (pedintes, assaltantes, traficantes, prostitutas, travestis e etc…). Mesmo nessa tem cidadãos, por isso que não se pode sair barbarizando.
Um ponto importante e que realmente existe uma cultura da favela, mas isso não é motivo para não remover. Trata-se de uma cultura de nicho, uma subcultura. Existe cultura dos presídios, dos hooligans, dos punks, dos nazistas do batalhão Azov. Algumas são até importantes estudar em criminologia e vitimologia, outras só valem a pena estudar como curiosidade acadêmica. [Os identitários nem isso sabem fazer, eles só querem saber da “cultura travesti”]. Os russos malvados estão realmente destruindo a cultura dos nazistas do batalhão Azov.
As elites brasileiras sempre acharam que só a elite produz cultura. O Paulo Freire quebrou esse paradigma e mostrou que o povo também produz cultura. A questão é que as elites e o povo produzem coisas boas e ruins. O problema é que os identitários deturparam Paulo Freire, para eles é mais fácil dizer que o funk é cultura do que oferecer cultura de verdade ao povo.
Esse identitarismo que valoriza artificialmente o funk, o reggaeton e a música dos negros estadunidenses é um identitarismo de direita. Criado pelo partido democrata estadunidense. O PSDB também defende isso, “a favela é o melhor lugar dos mundo, ninguém precisa de política publica de habitação”. Esse papo de aumentar a autoestima dos favelados é só conversa. A Globo Golpista quer que todos os favelados sejam “empreendedores da favela” e pobres de direita.
Os identitários moram nos bairros de classe alta então não são afetados pela sujeira que os funkeiros fazem. O trabalhador que passa a semana inteira trabalhando e não pode dormir no final de semana por causa do barulho não acha que o “funk é cultura”. [A esquerda caviar não liga para o povo].
Sobre os índios, o ideal seria analisar a situação de cada tribo com uma equipe multidisciplinar para conseguir criar um protocolo de integração adequado para cada tribo. [Querer fazer de qualquer maneira só vai piorar a situação dos índios e do Brasil internacionalmente]. Existem tribos que já estão completamente aculturadas, mas cada caso é um caso. Existem tribos que vão precisar de um maior período de tutela e outras situações.
Outro detalhe é que com um tratamento individualizado é possível descobrir peculiaridades genéticas em povos isolados. Muitas das ONGs na Amazônia além da biopirataria fazem “colonialismo genético”. [Ser cuidadoso com um assunto que pode servir como “justificativa de guerra” para a OTAN não é frescura]. Frescura é agir como o Bozo, achar que resolve tudo na canetada e depois quando a OTAN vier pra cima ficar só de bravata. Bravatas não vão resolver.
Sobre as ONGs. O que os funcionários das ONGs querem é “tutelar” os índios eternamente, sendo pagos pelos donos das ONGs. O que os donos das ONGs querem é o grande problema, esse pessoal possui diversas agendas ocultas.