Com a sucessão de Rodrigo Maia da presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) deve perder a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O presidente do PSL, Luciano Bívar, articula-se com a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) para a sucessão de Maia, mas não coloca como prioridade a referida Comissão. Ainda mais, com um partido rachado, não pretende entregar cargos para membros do grupo rebelde no partido, ainda alinhados a Jair Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro é um dos fiadores da política externa 100% Estados Unidos de Ernesto Araújo. Diante das articulações na Câmara, que vai eleger um novo presidente em 1º de fevereiro, Eduardo, se faz mesmo questão de se manter no cargo, deve modificar sua postura, tendo em vista a sucessão de Trump por Biden, que deve trazer outros ares. Ou mesmo se quiser repassar o posto a um aliado, na figura de Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP).
O presidente da Comissão de Relações Exteriores tem a função também de receber autoridades estrangeiras e membros de delegações diplomáticas. Uma das últimas visitas que Eduardo Bolsonaro recebeu foi de Nicolas Dupont-Aignan, líder do partido francês Debout la France, opositor das políticas de Emmanuel Macron e do Acordo Mercosul-União Europeia. Acordo que foi firmado em 2019 no Governo Bolsonaro, ainda que tenha sido negociado no mandato de Michel Temer.
Sinal de mudança à vista? Eduardo Bolsonaro deve estar ciente de que com a sucessão nos Estados Unidos, a política externa brasileira está forçada a mudar de rumo.